Autismo
Emoções e comportamento - AT EASE Model
- Aprender com as emoções -
É comum que quando as nossas crianças parecem nervosas ou estressadas nós façamos de tudo para “fazer passar” e que elas voltem a estar contentes, porém nossas crianças precisam aprender a tolerar todas as emoções e a única maneira de aprender isto é se nós tolerarmos que eles sintam essas emoções desconfortáveis.
As pessoas com autismo precisam tolerar uma variedade de emoções negativas como: decepção, frustração, confusão, irritação, raiva, tristeza, etc Estas emoções NÃO precisam ser intensas, mas elas terão que tolerar até certo ponto, a fim de atingir níveis mais elevados de aprendizagem. A cada degrau do desenvolvimento vêm níveis mais elevados de habilidades, emoções positivas e negativas a serem reguladas de forma a optimizar o potencial de aprendizado.
As relações de maior confiança da criança é a mãe e o pai, por isso pai e mãe precisam estar na liderança para definir limites claros sobre o comportamento da criança. Se a mãe e o pai não puderem tolerar que ela sinta desapontamento, frustração, alegria, irritação, confusão, etc então a criança também não será capaz de tolerar essas emoções nela mesma. É importante ressaltar que NÃO queremos que a criança vivêncie o estresse além do que é adequado para a sua idade de DESENVOLVIMENTO.
Quando o adulto assume o controle e estabelece limites claros com compaixão, somente então poderá mudar como a outra pessoa se sente e DEIXAR de tentar controlar a situação e assim, mudar como ela pensa e se comporta, EXPANDINDO sua compreensão concreta da situação e seu crescimento.
As crianças julgam novas experiências baseadas em como a mãe e o pai reagem. Quando a criança se aborrece e a mãe e/ou o pai respondem a esse aborrecimento tentando “consertar", a criança percebe que seu aborrecimento valia a preocupação dos pais e, portanto, foi válido. Quando ela se aborrece e pai e mãe sorriem e continuam o que estavam fazendo, então ela percebe que seu aborrecimento pode não ser tão importante quanto ela pensava e, ela assim, também aprende a ter mais tolerância para com emoções e experiências desconfortáveis.
Nós não poderemos sempre evitar as emoções negativas. O melhor é minimizar as emoções negativas e ensinar a pessoa com autismo como tolerar confusão, frustração, decepção, raiva, irritação, etc Quanto mais ela aprender a tolerar essas emoções, mais flexível ela estará em aprender coisas novas. NÃO é suficiente apenas manter a pessoa feliz. Como todos nós, o autista precisa aprender e crescer para ser verdadeiramente feliz na vida.
Mudar como a outra pessoa sente NÃO implica que nós precisamos que ele esteja feliz o tempo todo. Ela precisa SENTIR uma emoção que a motiva a aprender e crescer.
- Comportamento-
O comportamento é impulsionado pela emoção. Quando aparece um comportamento inadequado a pessoa está sentindo algo que faz com que ela se comporte assim com o objetivo de processar a emoção que ela está sentindo. Às vezes, a pessoa pode estar irritada, entediada, confusa, etc. Impedir um comportamento inadequado exigirá que a pessoa aprenda a obter suas necessidades emocionais de uma forma mais adequada.
Quando a pessoa apresenta um comportamento inadequado que parece enrraizado e com multiplas funções é necessário que os adultos tenham respostas diferentes para as diferentes razões desse comportamento, onde, quando e em quem. Os adultos terão que encontrar estratégias criativas para fazer com que a pessoa se sinta responsável pela consequencia desse comportamento sem que essa consequencia faça com que aumente o comportamento que se quer eliminar.
Por exemplo, quando você SENTIR que a pessoa teve um comportamento inadequado porque ela estava se sentindo ansiosa, a sua resposta a esse comportamento pode ser um abraço para ajudá-la a sentir-se mais "
at ease". Se você SENTIR que a pessoa se comportou inadequadamente porque ela estava entediada você pode orientá-la a dizer algo como: "
Vamos brincar?"
Diferentes emoções podem impulsionar o mesmo comportamento, por isso, precisamos dar respostas diferentes para abordar as diferentes emoções. Uma vez que a necessidade emocional é atendida, o comportamento inadequado irá diminuir. E você irá saber que está cumprindo suas necessidades emocionais com a diminuição do comportamento inadequado.
Deve-se ter o cuidado em NÃO colocar muita energia tentando fazer o comportamento inadequado parar. Coloque a maior parte da sua energia em encher o “
copo emocional” da pessoa com experiências positivas. Quanto mais cheio estiver “
o copo emocional” com experiências produtivas menos a pessoa estará inclinada a ter o mal comportamento.
Comportamento impulsionado pela raiva - Quando o comportamento é impulsionado pela raiva é necessário que a pessoa seja responsablizada a reparar a ofença que seu comportamento gerou.
- A vida não é perfeição-
Reparar erros: A pessoa com autismo, como qualquer pessoa, sempre cometerá erros. A vida NÃO é perfeição, é reparo. É importante aprender a "corrigir" os seus erros. Xingar, cuspir, fugir, bater, protestar, desafiar, contrariar, etc, são todos comportamentos que precisam ser reparados.
A importância da estratégia de reparo é dar a pessoa uma maneira de corrigir seus erros e não internalizar as conseqüências naturais associadas a cometer erros. Se ela interioriza as consequências ela pode começar a acreditar que ela é uma pessoa má. Repar os erros e fazer a pessoa que foi ofendida feliz novamente irá ajudar ao ofençor a entender que ela é uma boa pessoa que, como todas as outras pessoas, às vezes faz escolhas ruins (comportamentos inadequados) e ela precisa ser responsável e "corrigir" os seus erros.
Existem estratégias no
“AT EASE” Parenting and Learning Model para facilitar o processo de reparar os erros dando ênfase ao crescimento emocional e que promovem a evolução do sistema motivacional INTRÍNSECO da pessoa para reparar e mater harmonicamente seus relacionamentos.
- Seja proativo-
Prepare o ambiente e as situações para que a pessoa tenha successo.
Minimize o quanto você tem que corrigi-la, mantendo-a ocupada ajudando você (compras de supermercado, por exemplo, fazer com que coloque seus sapatos, guardar as roupas limpas, oranizar coisas pela casa, etc.) Tanto quanto possível, dê a pessoa uma tarefa em todas as atividades que estão fazendo juntos, o que é chamado de "
parentalidade proativa" e constrói confiança. Sem uma tarefa para se organizar, a mente da pessoa com autismo se distrai com o seu corpo e antes que você perceba já está precisando corrigi-la novamente. Isso é chamado de "paternalidade reativa", o que enfraquece a confiança. Mantenha a pessoa com autismo engajada em atividades significativas em todo o seu dia. NÃO FAÇA PARA ELA O ELA PODE FAZER POR ELA MESMA.
O Poder do SIM: É comum que a pessoa com dificuldades de aprednizado social ouça "
Não" muitas vezes. Por razões compreensíveis, está constantemente sendo corrigida ou ensinada a como fazer algo. Todas as pessoas precisam ouvir a palavra "
sim" MAIS do que ouvem "
não".
Dizer "sim" para a pessoa com autismo relaxa-a e torna-a mais disponível para a aprendizagem.
Você pode dizer "
sim" para qualquer coisa. Por exemplo, se a pessoa quer ir para a piscina, você pode dizer: "
Sim, você pode nadar quando o papai chegar em casa, amanhã, depois da escola." etc. "
Posso ter um cachorro?" Sua resposta pode ser: "
Sim, quando você tiver o seu próprio apartamento, você pode ter todos os cachorros que você quiser." O ponto é que podemos dizer "
Sim" para praticamente qualquer coisa . Ao praticar dizer: "
Sim" com mais freqüência para a pessoa com autismo o "
Não" irá manter o poder de que precisa ter.
- Comunicação e linguagem-
Muitas vezes, a pessoa tem um comportamento inadequado porque ela está entediada ou confusa.
Transforme este comportamento inadequado em fala. Dê as palavras que você sente que a pessoa diria se ela não estivesse engajado no comportamento inadequado.
Quando falamos com qualquer pessoa, é importante que nós a guiemos a
fechar a interação, dizendo coisas como, "feito", "tá bom, mãe!", "não, obrigado", etc
- Connector rx- Ao utilizar o Connector com uma pessoa com dificuldade de aprendizado social, ela experimenta o nível de tensão que a incentiva a trabalhar um pouco mais em sua comunicação e assim nos tornamos capazes de guiá-la a novos aprendizados. O Connector é uma ferramenta que viabiliza trabalhar a coordenação entre duas pessoas, referenciar e a atenção.
Para saber mais sobre "AT EASE Parenting and Learning Model" que inclui mas não se limita a estratégias de como perceber a emoção que impulsiona o comportamento, participe do curso fazendo sua inscrição pelo site www.paceplace.org
Leia também: AT EASE intervenção precoce
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