Autismo
Educar a emoção II
Mente, corpo e as emoções
As emoções são reações naturais do corpo para as experiências da vida.
Sua vida reflete o que você acredita e aceita, e isso depende de como você percebe as coisas à sua volta, como seu corpo recebe, processa e planeja as informações do meio e suas ações.
A confiança é essencial para o bem-estar emocional e para conseguirmos ouvir a sabedoria do corpo.
O aprendizado também só acontece através das emoções, através do envolvimento em que sentimos confiaça, é que abrimos nossa mente e nossos sentidos para receber as informações do meio e processá-las como um aprendizado positivo.
Através de um mentor, que simplesmente é alguém mais experiênte que nós, podemos nos sentir seguros através da relação para experimentar e experiênciar coisas novas, deixar nossa curiosidade nos guiar e assim aprendermos de forma única e completa.
Com as pessoas com autismo, o processo é o mesmo, com um porém, como as conexões relacionais não acontecem de maneira natural, o papel do mentor é mais delicado e deve ser levado com muita responsabilidade. As pessoas com autismo percebem os estímulos do meio de uma forma que muitas vezes os confunde, causa ansiedade e os deixa aflitos. Essas percepções podem ser confusas em 1 ou mais dos 5 sentidos, visão, audição, paladar, tato ou olfato ou no entendimento e processamento das emoções sentidas.
Se não conseguimos entender o que sentimos, não conseguiremos dar uma resposta apropriada ao estímulo, isso quer dizer, se eu estou com calor e não consigo perceber que meu corpo sente calor, não consigo planejar e executar um comportamento que ajude o meu corpo a aliviar-se do calor, e posso ter uma reação não apropriada como uma agressão, gritos ou sair correndo. Num exemplo menos extremo, se ao encontrar com pessoas desconhecidas sinto vergonha mas não entendo esse sentimento, fico impossibilitada de controlá-lo e acabarei por reagir num comportamento estranho, como ignorar ou falar compulsivamente de um assunto que seja somente do meu interesse.
Experiências negativas em torno de um estímulo provocam uma memória de trauma, que pode desencadear uma reação fisiológica, como suar, o coração palpitar, sentir calores e ardores na pele e sentimos medo. Seu corpo registra múltiplas reações durante uma experiência traumática.
Encarar uma situação ou lugar desconhecido pode fazer com que medos sejam aflorados. Sentimentos e emoções fortes podem ser assustadores e paralisar a capacidade de responder. Esses mesmos sentimentos também podem ser estimulantes e inspiradores quando você confia em si mesmo e tem a confiança que seu corpo não irá traí-lo com essas reações fisiológicas.
Muitas vezes quando o medo surge, respiramos de forma superficial, contraindo o corpo e obstruindo os sentidos. Quando você respira superficialmente, as células do seu corpo não recebem oxigênio suficiente e assim não são alimentadas plenamente. Como resultado, a percepção interna e as percepções sensoriais ficam comprometidas, diminuíndo a capacidade de intuição e reação consciente.
Ou seja, se nossas crianças estiverem em estado de medo, é uma reação fisiológica em que é impossível ter um comportamento consciente, é um momento, que como mentores emocionais, temos que usar estratégias para trazer o equilíbrio para seus sistemas.
Quando uma pessoa está tensa, a consciência corporal, a intuição, a capacidade de se perceber e visualizar são bloqueadas.
Consciência é a chave para transformar bloqueios psicológicos e alteração de comportamento.
Existem três tipos de consciência: a consciência exterior, consciência interior e fantasia.
Consciência exterior é a consciência do que você vê, cheira, ouve e sente através do toque externo. Consciência de imagens, sons e cheiros podem desencadear lembranças e sentimentos.
Consciência interior é a consciência das sensações abaixo da superfície da pele, tais como o seu batimento cardíaco, desconforto abdominal ou um nó na garganta. Ela inclui perceber dor, tristeza, raiva, medo, ansiedade ou sentimentos de alegria.
Fantasia envolve a imaginação e a intuição.
Orientar a consciência envolve o trabalho nos quatro modos de percepção: ver, ouvir, pensar e sentir. Cada modo usa um sentido diferente de experiência. E o toque é o que mais aumenta a consciência corporal.
Enquanto algun estress é normal e necessário para o desenvolvimento humano, demasiado pode ser prejudicial.
Na infância e na adolescência vivenciamos muitas alegrias, mas encontramos também muito estresse, e é assim que deve ser. O estresse desempenha um papel importante em todas as fases do desenvolvimento de uma criança, como aprender a segurar o copo para beber água ou para tentar decorar a tabuada. Cada etapa do aprendizado e crescimento envolve um grau de estresse, seguido pelo prazer indescritível de uma nova conquista. Por isso, nosso papel como mentores não é evitar o estress e frustração nas nossas crianças, mas dar-lhes o suporte emocional através da confiança para que eles dominem a própria frustração e tenham o sentimento de glória por ter alcançado algo que mereceu tentativas para ser conquistado.
O estresse é uma coisa muito real. Ele pode ser medido e observado por alterações no organismo: um aumento da pressão sanguínea, uma mudança no metabolismo e digestão, uma supressão do sistema imunitário e/ou o sistema imunológico deficiente.
O estresse também pode afetar o humor e o comportamento, fazendo com que uma criança fique agitada, deprimida, com comportamento opositor ou ansiosa.
Nossas crianças tem um sistema sensorial e emocional confuso, essa confusão gera estress que pode desencdear reações fisiológicas frente a situações novas, de transição ou de trauma. Às vezes, o uso de medicamento pode ajudar a bloquear essas reações fisiológicas, mas somente experiênciar essas situações com suporte e ter um desfecho de sucesso é que poderá de fato reescrever essas situações na memória e ajudar com que nossas crianças ultrapassem esses desafios.
Preocupações com seus problemas diários podem fazer com que você perca boas oportunidades que estão bem diante dos seus olhos. Apreciar o que você já tem ajuda a desenvolver uma atitude de gratidão.
Não perca o foco no desenvolvimento global da sua criança, o que importa é como ela consegue transitar na vida diária, o que ela consegue aproveitar das aportunidades de interação que aparecem no dia a dia!
“Quando você está apegado ao que ama com expectativas, você limita o fluxo do que é possível na vida.”
Bibliografia de apoio:
Acupressure for Emotional Healing - Michael Reed Gach, Ph.D. e beth Ann Henning, Dipl, A.B.T.
The Relaxation & Stress Reduction Workbook for Kids - Lawrence E. Shapiro e Robin K Sprague
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