Dieta sem glútem e sem caseína
Autismo

Dieta sem glútem e sem caseína


DIETA SEM GLÚTEN E SEM CASEÍNA - SGSC


INTRODUÇÃO:

O propósito deste resumo é dar aos pais razões práticas e consideráveis para que levem em conta a implementação da dieta SGSC com seus filhos. Apesar de ser trabalhosa a implementação de qualquer dieta, obviamente é muito mais fácil do que os problemas que seus filhos enfrentam  lutando contra os males que uma dieta sem restrição lhes proporciona.

A dieta sem glúten e sem caseína é uma parte extremamente importante no tratamento do autismo. Enquanto as respostas para a implementação da dieta ainda são variadas e complexas, a razão mais importante para fazê-la é... ELA PODE AJUDAR O SEU FILHO!!!!
Essencialmente, caseína e glúten são proteínas muito parecidas. A forma com que o corpo processa essas proteínas e até mesmo outras, podem afetar uma pessoa violentamente. Há muitas teorias e verdades sobre a ingestão dessas proteínas.
Caseína é a proteína encontrada no leite e derivados. Glúten é uma proteína encontrada no trigo, aveia, malte, centeio, cevada e semolina. Qualquer coisa feita desses elementos é suspeita. Entretanto, o trigo é muitas vezes utilizado em outros alimentos, por ex., fermento e corante ou calda de caramelo, que são só apenas alguns ítens que contém glúten. A melhor maneira de se certificar se os alimentos consumidos não contém essas proteínas é lendo muito bem a embalagem, é participar de grupos que utilizam a dieta, é ligar para as empresas para se certificar, é comprar livros... enfim, se informar de todas as maneiras.


O início da dieta Sem Glúten e Sem Caseína
 A história da interferência dos peptídeos de glúten e caseína nas desordens mentais é quase tão antiga quanto o próprio autismo.  Foi no meio da década de 60 que Dohan começou a sugerir que a ingestão de glúten poderia ser um fator causal da esquizofrenia.
No início da década de 70, peptídeos com atividade imitando a morfina, foram descobertos como um produto fisiológico normal do metabolismo de seres humanos. Esses peptídeos são chamados de endorfinas e são liberados no organismo em situações tanto de prazer, quanto de stress ou dor.
O peptídeo mais conhecido de todos provavelmente é a beta-endorfina, que atraiu muito interesse e pesquisas na época dos anos 70.
Foi em 1979 que Jaak Panksepp, um renomado pesquisador mundial na área do comportamento em animais, publicou um documento que pela 1ª vez identificou similaridades entre os sintomas de autismo e os efeitos das beta-endorfinas em seres humanos e animais.  Este artigo chamou a atenção de Paul Shattock, médico, pesquisador e pai de autista, que realmente ligou muitos dos comportamentos apresentados por seu filho à pesquisa feita por Panksepp.
No início dos anos 80, entra em cena Karl Reichelt que estendeu a hipótese da interferência do glúten na esquizofrenia para o autismo. Ele demonstrou diferenças entre os peptídeos urinários de pessoas com e sem autismo. Reichelt descreveu dois padrões básicos:
-          Um grupo onde os sintomas apareceram muito cedo (e correlacionou ao leite que a criança toma desde o nascimento)
-          E outro grupo onde os sintomas apareceram mais tarde (e correlacionou a entrada do glúten na dieta, mais tardia).
Em 1988, GILLBERG, detectou elevados níveis de algumas substâncias conhecidas na época por pseudo-endorfinas (substância com atividade opióide) no líquido céfalo-raquidiano de alguns autistas.
Foi somente no final da década de 80 que os noruegueses, comandados por Ann-Marie Knivsberg, publicaram os primeiros estudos sobre a efetividade da dieta sem glúten e sem caseína na melhora dos sintomas do autismo. Esse estudo foi amplamente ignorado.
Durante todo esse tempo as pesquisas nunca pararam e tanto o grupo inglês, quanto o grupo norueguês, até então não haviam sido sequer convidados para apresentar seus trabalhos em uma conferência. Então, em 1988, os ingleses organizaram uma conferência na Universidade de Durham que passou a ter um calendário anual com participação dos seus centros de estudos favoritos além dos noruegueses: França, Holanda, Itália e Estados Unidos. Em 1990 o grupo de Shattock começou a publicar os estudos científicos formalmente e o assunto passou a ter domínio público. Diversos efeitos são observados quando os peptídeos opióides se elevam na corrente sangüínea, entre eles estão, a alteração do nível de acidez estomacal, alteração da motilidade intestinal e redução do número de células nervosas do sistema nervoso central e conseqüente alteração na neuro transmissão.
Foi a partir de 1991 e entre 1995 com o surgimento da rede mundial de computadores e os grupos de discussão de pais do Yahoo, que a dieta sem glúten e sem caseína passou a ser mais divulgada. Foi nessa época que mães pioneiras como Lisa Lewis e Karen Seroussi começaram a utilizar a dieta com seus filhos e a obter grandes melhoras. Os filhos de Karen hoje são considerados completamente recuperados. Karen e Lisa, mantém até hoje um site na internet para apoio e divulgação da dieta SGSC o WWW.andi.com
Retirado do livro: Autismo Esperança pela Nutrição.


Os Fatos:
 1) Glúten e a caseína são transformados em peptídeos. Estes peptídeos são denominados gliadinomorfina (a quebra da proteína do glutén) e caseomorfina (a quebra da proteína da caseína). Esses peptídeos são complexas cadeias longas de aminoácidos e exigem um bom funcionamento da produção enzimática pra serem devidamente quebrados e absorvidos pelas funções orgânicas. Ambos os peptídeos agem como a morfina no corpo. Isto é admitido acontecer quando substâncias são capazes de atravessar a barreira intestinal e entrar na corrente sanguínea. Substâncias que não são completamente digeridas, podem entrar no fluxo sanguíneo e daí chegar até o cérebro. Vários estudos médicos-científicos, mostram que o autista tanto tem sérias deficiências de produção enzimática com pouca ou nenhuma produção da enzima DPP IV responsável pela quebra desses peptídeos, quanto o desequilíbrio da flora intestinal, provocando o intestino permeável e deixando que essas substâncias entrem na corrente sanguínea e se liguem aos receptores opiáceos no cérebro.
A deficiência na sulfatação, também muito encontrada em autistas, é outro fator que contribui para o intestino permeável. Os glucosaminoglucanos, polissacarídeos responsáveis por manter a integridade celular da mucosa intestinal e da barreira hematoencefálica, são dependentes de sulfatação. Sem sulfatação, os glicosaminoglucanos não podem desempenhar o seu papel de manter a integridade celular. Isso provoca o intestino permeável e ainda mais grave: enfraquece a barreira cerebral fazendo com que qualquer material danoso que caia na corrente sanguínea (peptídeos opóides, metais pesados, químicas) atinjam o cérebro em cheio.
2) Caseína e glúten podem induzir a uma intolerância alimentar com produção de anticorpos, como na doença celíaca. Embora os celíacos tenham sintomas variados, existe uma corrente de pensamento que as crianças autistas podem estar experimentando sintomas parecidos. Isto pode incluir náusea, gases, distenção abdominal, diarréia, febre etc.
Na grande maioria dos autistas essa intolerância alimentar só pode ser percebida no comportamento.

Minha experiência com a dieta:

Através da internet a partir do ano de 2006, descobri que uma dieta sem glúten e sem caseína poderia ajudar a melhorar a qualidade de vida de meu filho, Mauricio, que tem autismo.
A princípio relutei bastante, afinal de contas, não conseguia fazer dieta comigo, que dirá com um adolescente autista!
Mas as minhas pesquisas me convenceram que deveria tentar.
Já ouvi muitas vezes profissionais falando que todo autista com o passar dos anos e com as terapias, tem a sua condição de autismo atenuada e melhorada.
Isto não aconteceu com meu filho, muito pelo contrário, sua condição foi se agravando. Seu autismo foi ficando cada vez mais acentuado e aos 15 anos era um adolescente que não lembrava em nada a criança sapeca e feliz que foi até os 5 anos.

Sinceramente eu não sei como estaríamos se não tivesse decidido mudar tudo há 3 anos atrás.

Gradativamente e cumulativamente meu filho tem adquirido ganhos.
Os mais significativos são os conseguidos na área da comunicação e do interesse.
Sua fala voltou após 10 anos de quase absoluto mutismo e continuamos tendo avanços contínuos e algumas vezes surpreendentes.
Surgiu o interesse em aprender, em desenvolver atividades que lhe são propostas, em participar e estar junto.

Muita gente me pergunta como eu começei, o que eu fiz, como eu fiz, quais exames ele fez ...

Gente, eu simplesmente comecei, com a cara e a coragem e com um pouco do que tinha aprendido para poder iniciar e seguir adiante. Sem exame nenhum (não há necessidade imediata) e com 6 meses de investigações iniciais para saber como agir, como fazer as trocas de alimentos e com o que trocar, onde comprar.
Passei por muitas dificuldades que foram superadas com persistência e determinação de estar doando o melhor de mim para tentar ajudar meu filho.
Tem valido muito a pena!!

Para tentar ajudar quem quer começar e simplificar mais a busca de vocês, além do meu livro, tem uma apostila anexada no final desta página.
Além desta apostila, há mais dois excelentes textos sobre alimentação e autismo.


E para conhecer mais sobre a minha história e ter apoio para implementar a dieta, visite e siga o meu blog http://dietasgsc.blogspot.com 

Espero sinceramente que este material ajude a você e sua família a ter uma vida melhor!

Com um abraço fraterno,

Claudia Marcelino.



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