Recuprando os marcos do desenvolvimento
Autismo

Recuprando os marcos do desenvolvimento



Floortime, que é uma maneira sistemática de trabalhar com uma criança e ajudá-la a subir os degraus do desenvolvimento, é o coração da abordagem desenvolvimentista da terapia. Ela leva a criança de volta ao primeiro marco que ela perdeu e começa um novo processo de desenvolvimento. Ao se trabalhar intensivamente com pais e terapeutas, a criança pode subir os degraus dos marcos, um por vez, para começar a adquirir as habilidades que lhe faltava.

A maioria das crianças com necessidades especiais está envolvida com terapeutas e educadores que as estão ajudando a dominar as dificuldades de desenvolvimento. Mas, para subir os degraus do desenvolvimento, uma criança precisa de um trabalho intensivo individual. Mesmo a terapia da fala ou ocupacional não oferece uma prática suficiente. Afinal, uma criança passa 12 ou mais horas acordada e durante esse tempo ela está aprendendo alguma coisa. A questão é: o quê? Ela está aprendendo sobre TV (comunicação unidirecional)? Ela está aprendendo como olhar pela janela ou abrir e fechar repetidamente a porta ou alinhar os brinquedos? Ela está aprendendo o prazer de se envolver com os outros e a satisfação de tomar a iniciativa, fazendo entender os seus desejos e as suas necessidades e obtendo respostas? Ela está aprendendo a ter longos diálogos, primeiro sem palavras e depois com palavras e, por fim, a imaginar e pensar? Floortime cria oportunidades para uma criança aprender esses níveis de desenvolvimento críticos. Ele pode ser implementado tanto como um procedimento e como uma filosofia em casa, na escola, quanto fazer parte das diferentes terapias da criança.


A abordagem desenvolvimentista da terapia consiste de três partes.

1. Pais fazem Floortime com seu filho, criando os tipos de experiência que promovem o domínio dos marcos.


2. Fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, educadores e/ou psicoterapeutas trabalham com a criança utilizando técnicas especializadas fornecidas pelos princípios de Floortime para lidar com as dificuldades específicas da criança e facilitar o desenvolvimento.


3. Os pais trabalham com suas próprias respostas e estilos de relacionamento em relação aos diferentes marcos, a fim de maximizar suas interações com o seu filho e criar um padrão familiar que dê suporte ao crescimento emocional e intelectual de todos os membros da família.

Ao mesmo tempo em que todos os três processos são importantes, Floortime é o centro onde os outros dois giram ao redor, porque é principalmente através do Floortime que o seu filho aprenderá a interagir de uma maneira que estimule o seu crescimento. À medida que as suas necessidades específicas vão sendo atendidas com a terapia, ele trará as suas novas habilidades para as interações no Floortime. Quando aprender como as suas próprias respostas influenciam o seu filho, você colocará esse aprendizado em uso no Floortime. Nas interações e brincadeiras livres do Floortime, você pode ajudar o seu filho a construir habilidades interpessoais, emocionais e intelectuais.

Floortime é precisamente isso: um período de 20 a 30 minutos onde você se senta no chão com o seu filho e interage e brinca. Como podem as interações divertidas ajudarem o seu filho a dominar os marcos? A resposta tem a ver com a natureza das interações. Certos tipos de interação com outras pessoas promovem o crescimento da criança.


Primeiro, no entanto, queremos explorar a importância das relações humanas. As relações humanas são muito importantes para o desenvolvimento de uma criança. Os seres humanos parecem ter sido criados para aprender e crescer dentro de um contexto de relação com outros seres humanos. O cérebro e a mente simplesmente não se desenvolvem sem ter sido alimentado pelas relações humanas. Sem os relacionamentos, a auto-estima, a iniciativa e a criatividade também não se desenvolvem. Mesmo as funções mais intelectuais do cérebro - lógica, julgamento, pensamento abstrato - não se desenvolvem sem uma fonte constante de relacionamento.


Através de interações, você pode mobilizar as emoções do seu filho para ajudá-lo em seu aprendizado. As emoções tornam todo aprendizado possível. Ao interagir com o seu filho de maneira a capitalizar suas emoções - seguindo os seus interesses e motivações - você pode ajudá-lo a subir os degraus do desenvolvimento. Você pode ajudá-lo a querer aprender em como prestar atenção em você; você pode ajudá-lo a querer aprender em como iniciar um diálogo; você pode inspirá-lo a tomar a iniciativa, aprender sobre causalidade e lógica, a agir para resolver problemas mesmo antes de ele falar e entrar para o mundo das idéias. Uma vez que juntos vocês abrem e fecham vários "círculos de comunicação" (uma comunicação bidirecional – ou de duas vias – entre você e seu filho) de uma vez, você pode ajudá-lo a ligar suas emoções e suas intenções com o seu comportamento (tal como apontar para um brinquedo) e, no final, com suas próprias palavras e idéias ("Me dá aquilo!"). Ajudando-o a ligar as suas emoções ao seu comportamento e às suas palavras de uma maneira intencional, em vez de aprender automaticamente, você capacita o seu filho a começar a se relacionar com você e o mundo de uma maneira mais inteligível, espontânea, flexível e calorosa. Ele ganha uma fundação mais firme para as suas habilidades cognitivas avançadas.


Crianças com necessidades especiais exigem uma prática tremenda para ligar as suas intenções ou emoções ao seu comportamento e, então, às suas palavras. É como uma pessoa destra aprendendo a lançar uma bola de efeito com a mão esquerda – elas precisam praticar a habilidade muitas e muitas vezes para dominá-la. Floortime é o tempo para praticar do seu filho. Cada vez que você se senta no chão e interage - de maneira espontânea, divertida e seguindo os interesses e motivações do seu filho -, você o ajuda a construir aquele elo entre a emoção e o comportamento, e, por fim, as palavras, e fazendo isso, continua a sua jornada nos degraus do desenvolvimento.



Fonte: Stanley I. Greenspan, MD e Serena Wieder, PhD

04/02/2010

Floortime

Desenvolvido pelo psiquiatra infantil Stanley Greenspan, Floortime (ao pé da letra tempo no chão) é um método de tratamento que leva em conta a filosofia de interagir com uma criança autista. É baseado na premissa de que a criança pode melhorar e construir um grande círculo de interesses e de interação com um adulto que vá de encontro com a criança independente do seu estágio atual de desenvolvimento e que o ajuda a descobrir e levantar a sua força.


A meta no Floortime é desenvolver a criança dentro dos 6 marcos básicos para a plenitude do desenvolvimento emocional e intelectual do indivíduo. Greenspan descreveu os 6 degraus da escada do desenvolvimento emocional como: noção do próprio eu e interesse no mundo; intimidade ou um amor especial para a relação humana; a comunicação em duas vias (interação); a comunicação complexa; as idéias emocionais e o pensamento emocional. A criança autista tem dificuldades em se mover naturalmente através desses marcos, ou subir esses degraus, devido à reações sensoriais exacerbadas ou diminuidas e/ou a um controle pobre dos comandos físicos.


No Floortime, os pais entram numa brincadeira que a criança goste ou se interesse e segue aos comandos que a própria criança lidera. A partir dessa ligação mútua, os pais ou o adulto envolvido na terapia, são instruídos em como mover a criança para atividades de interação mais complexa, um processo conhecido como " abrindo e fechando círculos de comunicação". Floortime não separa ou foca nas diferentes habilidades da fala, habilidades motoras ou cognitivas, mas guia essas habilidades propriamente, enfatizando o desenvolvimento emocional. A intervenção é chamada Floortime porque os adultos vão para o chão, para poder interagir com a criança no seu nível e olho no olho.



PARA ENTENDER MELHOR - fotos de uma escola para autistas nos EUA ( Escola chamada "Celebrando as Crianças") que utiliza o Floortime.


FOTO DA CAPA: O paraprofissional Dan Cherry entra no Floortime com Alex Jimenez na escola de Linden. A meta nesse método de ensino é fazer uma conecção emocional mesmo com a mais prejudicada das crianças.




1ª FOTO: Cresça e Brilhe! O professor dançando com o estudante durante o "ciclo da manhã" que ajuda a elucidar as mudanças emocionais, a atenção e a participação.



2ª FOTO: O Tráfego! 3 estudantes na linha de chegada de um jogo chamado: "luz vermelha, luz verde", o qual é usado para reforçar o equilíbrio e o planejamento das habilidades motoras dos estudantes.




3ª FOTO: Jogo de Concentração! Um estudante joga travesseirinhos de feijão dentro de um balde, pendurado numa espécie de balanço, como parte de um reforço para estimular o sistema sensorial das crianças e aumentar a capacidade de pensar e se relacionar com situações novas.




4ª FOTO: A Teoria do Fio! A professora "embrulha" o estudante com barbante durante o "ciclo da manhã" quando a criança interage jogando e cantando. Isso ajuda aos estudantes e ao staff a dividir emoções e resolver os problemas.



5ª FOTO: O Plano de Ação! Rotinas visuais como esta da foto são usadas para ajudar e dar suporte as habilidades do estudante em planejar e seguir as atividades a cada dia.


6ª FOTO: Hora de estorinhas! Estudantes e a professora numa hora de relaxamento depois do almoço.




7ª FOTO: Relaxando o estresse! Um estudante mais velho mostrado aqui lendo e relaxando as tensões apertando uma bolinha de borracha, assim ele é encorajado a utilizar objetos sensoriais discretos para dar suporte ao seu equilíbrio emocional e ajudá-lo a pensar e participar por longos periodos. O simples uso desse tipo de ferramenta, pode fazer uma grande diferença nas habilidades de serem bem sucedidos nas atividades escolares.



8ª FOTO: Cheque Mate! 2 estudantes mais velhos jogando xadrez nas suas horas de descanso, uma hora em que muitos escolhem participar de atividades intelectuais. Assim os bons amigos estão aprendendo a respeitar as diferenças e reconhecer as suas próprias necessidades sensoriais.



9ª FOTO: Laços que unem! 2 alunos se beijando e se abraçando enquanto se balançam numa gangorra na sala sensorial, onde os alunos são encorajados a trabalhar em pares e se unir em atividades de integração sensorial.





10ª FOTO: O Construtor! Um aluno posa junto a sua escultura feita de macarrão espagueti e marshmallows. Os estudantes constroem estruturas do tipo pirâmides e cubos enquanto aprendem sobre desenho e equilíbrio.


Fonte: http://www.time.com/time/photoessays/2006/autismschool/
fonte: http://topediatrica.blogspot.com.br/search/label/floortime



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