A patologia gastrointestinal está presente na grande maioria destas crianças. Num
estudo publicado recentemente no jornal BMC Gastroenterology, começo por citar para da introdução deste mesmo artigo:
" Num estudo com 137 crianças com autismo, 24% tinham historia de pelo menos um sintoma gastrointestinal, sendo a diarreia a mais prevalente - ocorrendo em 17% dos individuos. Noutro estudo com 172 crianças autistas, 22,7% apresentavam alterações gastrointestinais, nomeadamente diarreia e obstipação.
Um estudo de caracterização de 160 crianças dentro do espectro autista encontrou 59% com alguma forma de disfunção gastrointestinal, com fezes desfeitas, obstipação, distensão abdominal e/ou refluxo gastroesofágico. Noutro estudo com 150 crianças (50 crianças autistas, 50 com alterações no desenvolvimento e outras 50 sem qualquer alteração) concluiu que 70% das crianças com autismo tinham sintomas gastrointestinais, comparando com 28% nas crianças sem qualquer alteração, e 42% nas crianças com alterações no desenvolvimento. Num estudo realizado pelo nosso grupo, com 51 crianças com autismo e 40 sem alterações, detectou que 63% da crianças com autismo tinham diarreia moderada ou grave e/ou obstipação, comparativamente com apenas 2% do grupo controlo".
Este é apenas uma amostra de diferentes estudos publicados acerca deste tema...
Neste estudo em particular, os autores analisam a flora intestinal destas crianças, e relatam alterações significativas, nomeadamente na proliferação de microorganismos patogénicos, Além disso, encontram uma associação clara entre a gravidade dos sintomas gastrointestinais e a intensidade dos sintomas comportamentais.
Comentários:
- as alterações gastrointestinais são um problema real destas crianças, que deve ser tratado o mais rápido possivel.
- é por isso é que tratar o intestino é uma das primeiras medidas tomadas nas nossas consultas DAN em que aplicamos o tratamento biomédico.