Identidade revelada
Autismo

Identidade revelada


Até a publicação anterior eu assinei meu blog como Tidy, pseudônimo criado a partir da sigla T.I.D. que significa Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, no qual o Espectro Autista se encontra.

O fato de não assinar minhas publicações, me fazia sentir que continuava vivendo num mundo paralelo, mundo este que eu pretendo sair.

Percebi que preciso aprender a ser eu mesma em todas as horas, e para alguém que possa estar achando estranho eu estar afirmando que nem sempre sou eu mesma, eu gostaria de explicar o fato:
"Ser autista", podendo se dizer também numa visão metafísica ou mais espiritualizada, "estar autista", é uma condição, porém optamos ou nos obrigamos, a nos comportar dentro dos padrões de comunicação pré estabelecidos pela sociedade por uma questão de sobrevivência, mas nem sempre é a maneira que sentimos, então ficamos como se fôssemos adestrados ou robotizados.

Muitas vezes optamos por não nos comunicar, pois nem sempre podemos expressar o que sentimos, e quando expressamos quase sempre somos violentamente rejeitados, rechaçados, hostilizados, repreendidos, questionados, contestados, excluídos.

Eu vou arriscar fazer um comentário, o diagnóstico de autismo tem sido feito nos dias de hoje, em crianças , e podem até dizer que "virou moda", mas para mim fica claro que muitas pessoas hoje convivem com um comportamento depressivo, compulsões, vícios e podem ser autistas sem diagnóstico, que são obrigados a viver nesta condição, por falta de diagnóstico, pela ignorância de si mesmo.

"CONHECE-TE A TI MESMO"
Ah! como eu busquei por isso, vivi na ignorância de mim mesma até os dias de hoje!!

Peço encarecidamente aos pais de crianças autistas que por algum motivo queiram esconder ou questionar isto, que não façam, e se for difícil assumir para o mundo, e eu até entendo, mas não deixem de esclarecer a criança, pois a pior coisa é a ignorância de si mesmo.
Eu vivi na ignorância pois o autismo só começou ser diagnosticado através do Código Internacional de Doenças há uns dez anos.

A minha filha é autista chamada "clássica", e por mais absurdo que pareça eu as vezes agradeço este fato, porque mesmo assim nós somos questionados se ela não é somente uma criança mimada, imagina se ela tivesse que passar pelo mesmo que eu , passei a minha vida toda tentando justificar para mim e para o mundo as minhas atitudes consideradas infantis e imaturas.
Vivi numa busca interminável e insuportável de esclarecimento sobre a minha condição, e hoje começo a descansar minha mente inquieta.

Nesta semana uma mãe me procurou para saber o que fazia para definir o diagnóstico de sua filha de cinco anos, pois ela possui linguagem verbal, é super inteligente e não tem comportamento estereotipado e enquanto conversávamos com uma psicóloga e ouvíamos a explicação de que o comprometimento da mente autista é em três aspectos:
-Socialização, Imaginação e Comunicação, etc, etc...

A mãe disse quase como se falasse para si mesma:
"...Eu sempre achei que minha filha viveu conosco como se fosse um satélite, uma "luazinha", orbitando a nossa volta, ela nunca se incluiu em nenhuma atividade da família, e eu só tive certeza disto quando tivemos a nossa segunda filha..."


Eu fiquei pensando:
Até quando viveremos como satélites na vida das pessoas?...
Se fala em inclusão, em acabar com preconceitos, mas e quando não se enxerga o que tem que ser aceito e respeitado?
Aparentemente não temos nenhum problema...

Abraços e fiquem com Deus!

P.S.: O e-mail para contato continuará sendo [email protected], fico a disposição.



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