Educação Social
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Pesquisadores têm encontrado cada vez mais resultados que dão suporte às “abordagens relacionais” - aquelas com foco na qualidade da interação entre facilitador e criança - no tratamento do autismo. No final da página, encontram-se técnicas que você pode começar a aplicar imediatamente para encorajar o desenvolvimento social de sua criança com autismo.

Facilitadora e criança no Autism Treatment Center of America
As primeiras teorias viam o autismo como uma desordem comportamental e, por consequência, buscavam tratá-lo através da modificação comportamental, ou seja, o reforço de comportamentos não-autísticos e a punição de comportamentos autísticos para a eliminação dos sintomas do autismo. Esta perspectiva floresceu nos anos 50, após as Síndromes do Autismo e de Asperger terem sido descritas pela primeira vez.

A psicologia moderna enfatiza a importância crucial de se estudar os pensamentos, as emoções e a experiência consciente com o objetivo de melhor compreender os seres humanos. Desta psicologia tem sido construída uma nova perspectiva em relação ao autismo, associando o autismo com a dificuldade em se estabelecer relações básicas. Recentes estudos demonstram que é possível notar-se sinais precoces do autismo em crianças de cerca de 6 meses de idade. Atualmente, estes sinais costumam ser identificados apenas em retrospecto, mas os pesquisadores têm se esforçado para desenvolver métodos que possibilitem a identificação do autismo anterior aos 2 anos e meio ou 3 anos de idade. Crianças com autismo (ou aquelas que num período posterior serão diagnosticadas com autismo) não se orientam socialmente de maneira típica. Isto significa que elas não prestam tanta atenção aos estímulos sociais como as outras crianças, estímulos como, por exemplo, um adulto chamando-as pelo nome ou olhando para o olho delas. Estas são habilidades sociais básicas que crianças de desenvolvimento típico aprendem nos primeiros meses de vida. As crianças que têm um atraso na aprendizagem da habilidade de orientação social apresentam dificuldade no processamento de estímulos sociais e apresentam então atraso no desenvolvimento de habilidades como a atenção compartilhada (prestar atenção à mesma atividade ou ao tópico que outra pessoa está prestando) e o compartilhar experiências emocionais com os outros. Estes são passos cruciais durante os primeiros anos do desenvolvimento da criança e formam a fundação para todo o aprendizado social e boa parte do aprendizado cognitivo. Sem a habilidade de atenção compartilhada, o indivíduo não é capaz de sustentar uma conversa ou até envolver-se em uma simples brincadeira de cócegas por muito tempo. De maneira similar, esta criança não consegue colocar-se “no lugar de outra pessoa” e imaginar o que a outra pessoa possa estar pensando ou sentindo (desenvolvendo a Teoria da Mente), o que é vital para a participação em trocas sociais dinâmicas e espontâneas. Sem estas habilidades, a criança com autismo fica perdida na arena social – a qual modifica-se a todo instante – e procura focar em pontos que seu cérebro está melhor equipado para processar, como objetos e sistemas mecânicos não dinâmicos.

Ainda não está claro por que crianças com autismo respondem aos estímulos sociais desta maneira. Alguns pesquisadores apontam para o fato de os estímulos sociais apresentarem natureza complexa, diversificada e dinâmica, o que representaria para cérebros estruturados da maneira discutida na página anterior - Ambiente - um desafio maior na hora de serem processados (ou filtrados), em comparação com estímulos fixos e não dinâmicos.

Hoje em dia, é amplamente aceita entre a comunidade de psicólogos e pedagogos a noção de que crianças típicas aprendem através de interações sociais recíprocas e que os primeiros relacionamentos formam a fundação que possibilita as crianças sintam-se seguras para explorar o mundo. As crianças que se desenvolvem com um cérebro autístico tendem a ter dificuldade para engajar-se nesta educação social básica e fundamental. É com este pensamento em foco que as atuais abordagens relacionais buscam ajudar os pais para que ofereçam a seus filhos a educação social que eles não puderam aproveitar. Entre as atuais abordagens relacionais, citamos algumas como o Programa Son-Rise, Floortime, RDI e HANEN.

Colocando em Prática
Aqui estão alguns simples primeiros passos – porém de grande impacto – que você pode tomar para começar a redirecionar a educação social de sua criança.

Passe pelo menos 30 minutos por dia no quarto especial que você preparou para sua criança ou, neste estágio, em qualquer quarto silencioso onde você possa estar sozinho com a sua criança.
Siga a sua criança. Faça qualquer coisa que ela queira fazer. Não há nenhuma atividade em particular que você deva fazer, apenas faça o que a criança quiser. Você também poderia seguir as instruções na página Os Sentimentos para criar um profundo senso de apreciação por sua criança e pelo que ela está escolhendo fazer. Procure divertir-se ao invés de tentar ensinar qualquer coisa para sua criança. Lembre-se que o simples ato de brincar com outra pessoa é a meta aqui, que a interação é muito mais importante para a criança com autismo do que qualquer informação que talvez você consiga ajudá-la a aprender neste ponto. Apenas divirta-se!
Mãe fazendo o Programa Son-Rise com sua filha
Tenha como foco o contato visual. Procure posicionar-se em frente à sua criança e o no mesmo nível do olhos dela enquanto vocês brincam juntos. Antes de entregar um brinquedo para a criança, procure posicioná-lo próximo aos seus próprios olhos, o que poderá facilitar com que ela olhe para você. Por fim, CELEBRE todas as vezes que sua criança olhar nos seus olhos – elogie, aplauda, cante – qualquer coisa que você tiver vontade de fazer para celebrá-la. O seu objetivo é fazer a experiência de contato visual prazerosa para sua criança. Brinque! Seja engraçado, ninguém está observando! Divirta-se com você mesmo, com sua criança e com o simples ato de olhar no olho desta preciosa pessoa.



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