Autismo
Dica para inclusão ...... por Ana Muniz
Eu não sei sobre o futuro do meu filho autista. Ou seja, eu não tenho a menor idéia de como será a adolescência dele, e logo não posso escrever nada a respeito.Só sei que não vai ser fácil. Sei que vai ser muito difícil. E estamos tentando prepará-lo para o que der e vier.
No entanto, eu posso escrever muito sobre minha adolescência como uma deficiente auditiva.
Não foi fácil. Não foi difícil. Enfim...foi um caminho diferente com altos e baixos.
Acho q se eu fosse "gordinha" na minha adolescência, eu teria sofrido os mesmos preconceitos.
Tive algumas amigas e amigos. Não muitos...não poucos...alguns.
Chorei por amores perdidos, e sim também parti o coração de alguns.
Um especial, ele me deixava totalmente desesperada porque eu não ouvia nada do q ele falava. E se tornou um grande amigo.
Enfim, me considero de sorte! Sinceramente, acho que tive uma adolescência "normal" mesmo sem ouvir direito. Mesmo sendo surda.
E mesmo com um pai japonês me proibindo de "quase tudo".
Encontrei professores fantásticos, e outros totalmente imbecis.
Mas minha maior decepção por parte dos professores, não foi a escola publica por onde vivi a maior parte da minha vida.
Mas um professor da USP. Acho que na minha cabeça os professores da USP estavam no TOPO da categoria humana.
Aprendi que diploma e conhecimento catedrático não medem "carácter, dignidade e coração".
Pessoas imbecis existem em todos os lugares.
Se eu pudesse dar um conselho para os pais, sim...vale a pena investir na inclusão por mais difícil que seja.
Não escolha o caminho mais fácil por querer poupar seu filho das dificuldades que a vida trás pelo fato dele ser "diferente".
E ache um "esporte" que seu filho goste. Pois é justamente isto que vai abrir as portas, ou melhor, vai servir de ponte para o outro lado.
O lado das pessoas que se julgam "normais". No esporte, ele vai poder ser quem ele realmente é.
No esporte, a atenção das pessoas esta para a bola de volei, para sua agilidade na piscina, e não para o seu jeito estranho de se vestir, ser ou pensar.
Faça algumas festinhas na sua própria casa, e não espere ser "convidado".
Isto vai começar a quebrar a barreira entre as pessoas que convivem com você.
Se seu filho não gostar de nenhum esporte, talvez ele goste de musica.
Enfim...divirta-se com isto, dance do jeito que o coração mandar, e convide outras pessoas para ouvir um novo CD e curtir uns comes e bebes.
E se ele não gostar nem de musica, talvez ele goste de jogos, desenho ou pintura. Procure nos clubes (ou no SESC) jogadores de dama, xadrez, baralho, trufo, jogo da velha, cursos de pintura ou desenho .....
Enfim, qualquer coisa serve como pretexto para unir as pessoas.
De qualquer forma lembre-se, seu filho "diferente" precisa viver neste mundo "estranho".
Com certeza algo vai dar certo, e com certeza muitas outras coisas não vão dar tão certo, mas viver é ariscar sempre.
E pra mudar o preconceito, precisamos sempre tentar coisas "diferentes".
Forte abraço,
AnaM uma mãe louca pelo filho.
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