Autismo
Capítulo 18 – Os que se foram e os que vieram para ficar
A partir daquele dia, depois de ter escutado o que aquela mulher me disse sobre seu marido, comecei a ter crises constantes de ansiedade. Passava mal quase todos os dias e sentia que estava tendo um ataque cardíaco. Minhas mãos ficavam dormentes e minha respiração ficava pesada. Sentia tudo apagar e tentava me controlar para não desmaiar na frente dos meus clientes. Como tenho enxaqueca desde os sete anos de idade, isso só ajudou a piorar as crises. Fui ao médico, pois tinha certeza que estava morrendo, e ele mediu minha pressão, escutou os batimentos cardíacos e... nada! Ele conversou comigo e descobriu a causa do meu problema: eu estava tendo uma crise nervosa e teria que me acalmar. Ele me receitou calmantes, mas eu nunca os tomei.
Comecei a pesquisar sobre sintomas e tratamentos, mas me negava a tomar qualquer remédio, pois tinha medo dos efeitos que esses remédios têm. Como eu poderia cuidar do meu filho se eu ficasse em cima de uma cama dormindo ou feito uma morta-viva?
Tive que escolher entre cuidar de meu filho ou cuidar de mim e travei mais uma luta silenciosa. Não contei a ninguém o que estava acontecendo e novamente me apeguei a Deus. Pedia todos os dias para me curar para eu cuidar do meu filho, pois diferente do autismo, isso tem cura. Comecei a trabalhar meu psicológico, mas não era nada fácil. As crises eram cada vez mais constantes e o isolamento que havia começado quando o Nicolas ficou doente, só fez aumentar. Alguns poucos amigos foram se afastando porque eu e o Alexsander nunca estávamos disponíveis para sair ou para viajar.
Não culpo aqueles que se afastaram e um dia voltaram, pois ninguém é obrigado a nada e cada família ou indivíduo tem algumas batalhas que cada um tem que lutar. Às vezes, os amigos tornam-se soldados e te ajudam em suas batalhas, mas às vezes é você quem tem que tomar a decisão e não há ninguém no mundo que possa lutar por você ou para você.
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