Uma boa notícia para a educação de Gaspar. Ela ganhou destaque nacional ao se classificar entre as dez melhores do Brasil no II Prêmio Experiências Educacionais Inclusivas - a escola aprendendo com as diferenças.
A avaliação é do Ministério da Educação, na categoria Secretaria de Educação. “Estar entre os dez de maior destaque é um grande reconhecimento para toda a sociedade gasparense. Foi um grande avanço no curto período da nova política de inclusão. Divido esta alegria com a administração, comunidade como um todo e parceiros educacionais do município - seja em conselhos ou Associações de Pais e Professores, sociedade civil e quadro do magistério”, agradeceu Neivaldo da Silva, secretário de Educação de Gaspar. No último dia 6, quarta-feira, a avaliadora do ministério, Gabriela Martos Rodrigues veio conferir de perto se as experiências relatadas pela Secretaria de Educação conferem com a realidade. A nova etapa do prêmio escolherá os três melhores municípios na questão da inclusão.
A Política de Educação Especial começou a ser implantada em Gaspar em 2009. De acordo com Neivaldo, o município escreveu e aprovou sua própria política em reuniões de poder público e comunidade, por meio de conselhos. A partir de então todas as escolas novas ou que passam por ampliações ou reformas recebem as devidas mudanças: rampas, banheiros adaptados e salas multifuncionais, entre outros. Estas salas fazem parte do programa de implantação de salas de recursos multifuncionais, do Governo Federal. A Secretaria de Educação disponibiliza o espaço físico e o professor habilitado enquanto o Governo Federal envia equipamentos como computadores, impressoras, microfones, lupas, mobiliário, jogos ampliados, didáticos e pedagógicos.
Os alunos especiais assistem às aulas normalmente com os demais, porém recebem uma complementação de aprendizado no contra turno escolar. Há, em Gaspar, quatro salas em funcionamento nas escolas Dolores Krauss, Norma Mônica Sabel, Zenaide Schmitt Costa e Ferandino Dagnoni, e uma sala está em fase de conclusão na escola Luiz Franzói. “Partimos do princípio de que todos aprendem, o que ocorre são níveis diferentes de aprendizado que precisam ser respeitados”, assinala Neivaldo. Para o secretário, as adaptações e as aulas nas salas multifuncionais dão um maior grau de independência e autonomia a pessoas que apresentam qualquer tipo de deficiência.
A Escola Básica Zenaide Schmitt Costa foi a primeira a adotar a educação inclusiva na rede municipal de ensino de Gaspar. Hoje, 30 alunos frequentam a sala multifuncional da escola. A professora de suporte especial, Raquel Santos da Silva, lembra que o aluno somente passa a ter educação diferenciada mediante diagnóstico médico que comprove a necessidade de apoio pedagógico especial. O atendimento acontece uma vez por semana. Os irmãos Leonardo Ângelo, 14 anos, e Jorge Miro Ângelo, 15 anos, são surdos e mudos.
Eles frequentam o AEE desde o ano passado e, por meio da linguagem de sinais, conhecida como Libras, os jovens recebem a complementação escolar. A comunicação entre alunos e professora é intermediada pelo também professor intérprete Nelson Luzia. A diretora da escola, Sandra Spengler, observa que existe uma integração total entre os alunos especiais e os demais. Além disso, no caso da linguagem de libras, os alunos ouvintes também aprendem a se comunicar por sinais, interagindo com os colegas especiais.
Há dois anos matriculada na Zenaide, Camila é surda. Ela ouve as aulas por meio de um aparelho FM, com um ponto instalado ao ouvido. “Ela escuta somente o que a professora fala, também faz leitura labial”, explica a professora de suporte pedagógico, Josiane Cristina de Souza Berner.
Camila diz que gosta muito da escola. “Ela é estudiosa e bastante concentrada nas aulas”, acrescenta a professora. Já Larissa, colega de sala de aula de Camila, tem dificuldade de aprendizado.
A jovem é bem mais introvertida, mesmo assim recebe muito carinho dos demais colegas. Há um ano, a escola Zenaide Schmitt Costa inaugurou a obra de ampliação onde foram construídos banheiros adaptados para os alunos especiais, além da sala multifuncional
fontes http://www.tudobemserdiferente.com/
e http://www.adjorisc.com.br/jornais/jornalmetas/impressa/jm-educac-o/boas-praticas-de-educac-o-inclusiva-1.1109240