Mobilizar a sociedade para um novo olhar sobre a pessoa com autismo e  suas potencialidades. É assim que a estudante do 2º ano de Direito do  UNI-RN, Nataly Pessoa, vem protagonizando sua história desde 2011, quando foi diagnosticada com Síndrome de Asperger,  espectro de autismo. Para conscientizar e esclarecer sobre a síndrome,  ela criou um blog onde conversa abertamente sobre o tema, e troca  experiências com pessoas que têm autismo ou convivem com autistas:
 
 http://espacoautista.blogspot.com.br/
 
 Nataly é uma das convidadas para o I Congresso Norte-rio-grandense  sobre Inclusão no Ensino Superior, de 19 a 21 de setembro, confira  programação completa e inscrições:
 
 http://congressoinclusao2012.blogspot.com.br/p/programacao.html
 
 
 A síndrome de Nataly foi descoberta através da avaliação de seu  histórico de vida com um psiquiatra. “Comecei o tratamento em 2009 e só  após dois anos fechou o diagnóstico, uma vez que o autismo é mais comum  em meninos”, explica. Estudos que buscam as causas do autismo apontam  como o mais forte o fator hereditário. “Acredito que este é o meu caso,  na minha família há pessoas com autismo”, comenta. Quando pequena,  começou a andar com sete meses e só falou com quase quatro anos. Na  época morava em São Paulo e seus pais não conheciam a síndrome. “Comecei  terapia ainda pequena, mas o diagnóstico nunca chegava. Eu era sapeca e  tinha TOCs repetitivos nas mãos, que tenho até hoje em momentos de  muita ansiedade, comum em alguns autistas”, esclarece.
 
 
 Em  2011, o pai participou de uma consulta e falou coisas marcantes da  infância da filha, o que levou o médico ao resultado. “Passei um ano  difícil me adaptando à nova situação. Tranquei o curso de Direito, com  dificuldades de interagir com a turma e para me cuidar mais. Não é fácil  descobrir que você tem uma síndrome na fase adulta, passei o ano muito  muito triste,sem forças pra recomeçar, mas procurando melhorar. Estou  aprendendo muito sobre a Síndrome e este ano voltei a estudar”,  comemora. Nataly atualmente é acompanhada por três especialistas:  psiquistra, psicopedagoga e terapeuta cognitiva comportamental, o que  tem melhorado sua convivência social.
 
 
 “Minha família e  noivo sempre me apoiaram em tudo. O ano de 2011 chamo de escuro na minha  vida, passou. Comecei um 2012 iluminado, voltei para o curso animada,  amo o Direito. Gosto da turma e assumi na sala que sou autista”.  Aprovada em um no concurso do Banco do Brasil em Brasília, ela aguarda a  nomeação e comemora a conquista. “Estou tendo bom desempenho na  graduação e fazendo boas amizades. Sou feliz em saber que sou autista,  não gostava de passar por momentos tristes e não saber o porquê”.
 
 
 PRECONCEITO – Nataly explica que as pessoas que convivem com ela a  entendem e aceitam, mas o preconceito ainda existe. “Parte da sociedade  não consegue conviver com as diferenças, por isso criei o blog, para  divulgar informações sobre a síndrome”. Ao invés de lamentar porque fui  discriminada ela acredita que a melhor forma de combater esse  comportamento é com informação. “Recebo apoio de pessoas de todo o  Brasil. O autista não é esquisito ou retardado, como muitos pensam.  Somos determinados e focados, podemos casar, se formar, trabalhar e  levar uma vida aparentemente normal, claro, com uma boa terapia,  importante na vida e no crescimento pessoal e profissional.