Atendimentos no CEMA
Autismo

Atendimentos no CEMA


Autistas ganham centro de tratamento na rede pública do Rio
Serviço pioneiro oferece atendimento com profissionais de várias áreas.

Mães de autistas relatam experiências e elogiam projeto.



Fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, médico, professor de educação física e terapeuta educacional são alguns dos profissionais que estarão a serviço de portadores de autismo, a partir desta quarta (7), com a inauguração do Centro de Atenção à Pessoa com Autismo (Cema-Rio).


O autista não é doente e pode ser reabilitado. Essa é a concepção do projeto, uma ação da Secretaria municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD), com o apoio da associação filantrópica Rio Inclui. Segundo os organizadores, o serviço é um dos pioneiros no país.

"A gente está vendo o autista como deficiente, não como um doente. Ele pode ser desenvolvido por completo e ser incluindo cada vez mais na sociedade", afirmou o secretário Márcio Pacheco.

Segundo a médica responsável pelo Cema-Rio, Eliana Silva, no Brasil ainda não se tem dados sobre a incidência da síndrome, já que são diversos tipos de autismo: "Levando em conta as estatísticas recentes, que demonstram que a incidência de autismo é de um em cada 150 nascimentos, a estimativa é de que na cidade do Rio haja três mil pessoas autistas, entre crianças, jovens e adultos", arrisca ela.

A médica explica que o autismo às vezes é confundido com deficiência mental, mas o diagnóstico é clínico.

"Essa estrutura de atendimento você só encontra na rede privada. A idéia é que a criança venha três vezes na semana, durante meio período", explicou Eliana.


‘Só quando ele tinha 17 anos soube que era autismo’

A artista plástica Nives Porto Correa é mãe do Diego, que tem 28 anos e é autista. Ela largou o trabalho de lado e hoje é coordena a APABB (Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade).

Nives acredita que atualmente há mais acesso à informação e mais estudos sobre a síndrome, o que facilita a vida dos pais: "Só quando o Diego tinha 17 anos que eu fui saber que era autismo. O austismo é um ponto de interrogação. De 2005 para cá, o número de pesquisa vem aumentando", disse. "Tomara que esse centro seja um exemplo pra outros municípios no Brasil", completou ela, se referindo ao Cema-Rio.

Nives conta que aos dois anos o filho começou a demonstrar dificuldade de fala, de socialização e muita resitência a dor: "Isso é porque eles não conseguem se expressar", explica.


Diego passou por cinco escolas regulares. "Chegava na escolinha e uma criança falava 'mãe, olha meu colega maluco'", disse Nives. Cansada, ela decidiu matricular o filho em uma escola especial e hoje ele faz oficinas de teatro.

"Até hoje quem faz a barba do Diego sou eu ou meu marido", diz ela. "Abri mão de muita coisa para vestir a camisa. Fico orgulhosa de ter me voltado para ele. A parte pedagoga não foi possível, infelizmente. Mas ele vive me surpreendendo", elogia a mãe.

Autismo pode ser tratado com dieta

A bióloga Eloah Antunes começou a pesquisar sobre o assunto quando o seu filho, Luan, hoje com sete anos, apresentou os sintomas da síndrome. Graças aos estudos feitos nos Estados Unidos, decobriu que o tratamento poderia ser feito por meio da alimentação. A avó de Luan, a psicopedagoga Juceli Antunes, abraçou a causa e hoje é presidente da Associação em Defesa do Autista (Adefa).

“O autismo não está no cérebro, ele é uma enfermidade multifatorial, que atinge o sistema gástrico. A ingestão de proteínas de glúten encontradas no trigo, na cevada, na aveia, e também de caseína, que é a proteína do leite, afeta a função do cérebro normal. O tratamento consiste na dieta, na terapia comportamental e na reposição de nutrientes”, explicou Juceli.

Para a médica da SMDP, essa linha não funciona para todas as crianças autistas: "Cada criança necessita de um tipo de tratamento. Mas entendemos que muitos vão se beneficiar da dieta. O importante é ter um numero grande de opções. Não existe um tratamento modelo".

A avó de Luan conta que hoje o neto obedece a ordens e se sociabiliza com outras crianças: “Foi uma tarefa difícil, porque ninguém achava o problema. Ele não falava, ficava sem dormir, gritava dia e noite, batia a cabeça na parede, se jogava no chão. Minha nora não dormiu durante 3 anos”, revelou Juceli.

Para ela, o tratamento à base da dieta sem açúcar, glúten e leite é a principal causa da melhora das crianças assistidas pela Adefa e pela escola.

“Não há uma regra geral. Ainda existe algum autista que pode comer um desses três vilões da alimentação. O estudo do autismo não vai chegar as um resultado final nunca”, disse Juceli, que também serviu como fonte de informação para a equipe do Cema-Rio.

***

Maiores informaçõesAv. Presidente Vargas N° 1997 - Centro, Rio de Janeiro.
Referência :: em frente a Central do Brasil.

Telefone :: 2242-7700.

Fonte

http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1333036-5606,00-AUTISTAS+GANHAM+CENTRO+DE+TRATAMENTO+NA+REDE+PUBLICA+DO+RIO.html



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