Desenvolvendo a Comunicação Verbal (son-rise)
Autismo

Desenvolvendo a Comunicação Verbal (son-rise)


Repassando da Sandra Santos...
Transcrição da batalhadora Sandra Santos, amiga de luta e de facebook, sobre o vídeo son-rise para desenvolver a linguagem. É fantástico!

Desenvolvendo a Comunicação Verbal
Kate Wilde ilustra técnicas que promovem o desenvolvimento da comunicação verbal de uma pessoa com autismo.
“Trabalhei com milhares de crianças com idades e diagnósticos diferentes, trabalhei muitas maravilhosas horas no quarto de brincar; treinei nossa equipe de facilitadores e de professores certificados do Programa Son-Rise. Hoje compartilho com você a Comunicação Verbal.”
Kate Wilde - Professora do programa Son Rise no Autism Treatment of America há 16 anos, ilustra técnicas que promovem o desenvolvimento da comunicação verbal de uma pessoa com autismo.
No Austim Treatment Center of America- ATCA - nós podemos ajudar seu filho com autismo não importando em que ponto do desenvolvimento da linguagem ele se encontra; ele pode estar em um estágio inicial da comunicação verbal, falando alguns sons, ás vezes, algumas palavras; ou pode estar na outra ponta do espectro, com um enorme vocabulário, podendo falar sentenças (frases) e conversar. Podemos ajudar uma criança com a comunicação bem desenvolvida a fazer amigos e criar vínculos profundos em suas vidas.
 
Como ajudar uma criança ou um adulto no estágio inicial da sua comunicação:
A criança que produz algum som ou que tenha uma vasta gama de sons (você pode não entender, mas ela se comunica dessa maneira) com vocabulário de até cerca de 10 palavras.
Vamos nos concentrar em como você pode ajudar a sua criança ou o seu jovem adulto a utilizar seus sons atuais, para dar o próximo passo: formar palavras e se comunicar de forma que você e as pessoas ao redor entendam.
Falaremos das ações que você pode fazer para ajudar seu filho a passar para a próxima etapa, mas antes falaremos um pouco sobre os pensamentos que lhe ajudarão a realizar todos os passos que encorajarão seu filho a formar palavras. Uma crença bastante poderosa e importante é acreditar que seu filho, não importa a idade que ele tenha, é totalmente capaz de se comunicar, ele tem o potencial para fazer isso; por que quando acreditamos que a criança tem capacidade de se comunicar verbalmente, damos a ela mais oportunidade de fazer isso; e solicitamos que ela se comunique; então acreditar nisto é importante.
 
Não conheço vocês, mas talvez tenham um filho de 5 anos, talvez 3 anos ou um de 12, ou ainda um adulto de 22 anos que não fala palavras. Imagino que já lhes foi dito um número mágico; eu ouvi falar de dois números mágicos: se a criança ainda não fala com a idade de 5 anos, ela nunca será capaz de falar.
Algumas vezes é dito aos 7 anos de idade, então, tanto o 5 quanto o 7 são de alguma forma números os mágicos que significam que não serão capazes de falar, mas aqui no ATCA, nós realmente não acreditamos nisso; tive experiências pessoais e sei que todos os meus companheiros de trabalho aqui também tiveram de crianças aprendendo a falar com 12 anos. Conheço um rapaz que aprendeu a falar frases na idade de 22 anos e uma moça com 36 anos de idade. Nós temos experiências diretas com isso. Não importa quantos anos seu filho tem você pode acreditar que ele tem o potencial e a possibilidade de fazer isso; esta é uma crença
poderosa para você. 
 
Não importa o que um profissional tenha dito sobre o que o seu filho consegue ou não fazer em relação á linguagem. Depende de você acreditar no que quer acreditar sobre seu filho. Realmente acreditamos que seu filho tem a possibilidade de falar, isso nos dá (a nós e a você) o poder de abraçar todas as muitas oportunidades.
Outra crença importante e talvez algo diferente tenha sido dito, é que seu filho, mesmo não sendo capaz de demonstrar que está entendendo o que você está falando, não significa que ele não entenda, porque a dificuldade de nossas crianças não é de receber as informações que você quer dar; a dificuldade delas está em demonstrar, responder verbalmente ou fisicamente ao que você disse, esta é a dificuldade delas, mostrar-lhe que estão entendendo.
 
Baseados em nossa experiência, acreditamos que as crianças entendem muito mais do que aparentam; por ex. estava trabalhando com uma família no ATCA que veio para o curso Intensivo SON- RISE, que é um curso onde você traz o seu filho, nós trabalhamos com ele e com você, e te treinamos para ajudar seu filho a falar e interagir mais.
 
Entrei na sala de observação do quarto de brincar, e a mãe estava observando o quarto onde estavam o pai e este garotinho chamado Billy. Ele estava chorando e a mãe olhava preocupada. Espera um minuto, - eu disse. Entrei no quarto de brincar e disse ao garotinho: “Você pode parar de chorar um pouquinho? Pois eu quero lhe contar algo.
Para surpresa de todos, Billy parou de chorar então pensei: Que bom. E disse: quero que saiba que estarei com sua mãe por cerca de 30 minutos, eu e ela conversaremos e depois que os 30 minutos passarem ela voltará e brincará com você no quarto. Quando eu parei de falar, ele começou a chorar outra vez então eu disse: “Você pode parar de chorar um minutinho? Pois eu tenho mais uma coisa para contar. Enquanto estiver aqui, pode fazer o que quiser. Está vendo todos aqueles brinquedos na prateleira? Eles são seus. Você pode brincar com qualquer um deles e da maneira que quiser. Seu pai é alto e pode pegá-los para você”. Assim que sai do quarto, ele já estava ocupado, puxando o pai e mostrando que queria algo. Quando saí do quarto de brincar em busca da mãe, ela estava me olhando sem entender nada, demonstrando muita surpresa e espanto disse: “Não acredito que você falou com ele daquela maneira! Não acredito que ele respondeu daquela maneira”- porque até aquele momento, como ele ficava em isolamento a maior parte do tempo e não respondia verbalmente, ele ainda não formava palavras, ela acreditava que ele não conseguia entender. 
 
Ela foi orientada para não oferecer explicações a ele, pois ele não a entendia. O que acontece se você não explica as coisas para a criança? Não conversa de verdade com ela como se ela realmente entendesse? Você não dá a ela a oportunidade de entender; e o mundo se torna ainda mais confuso para ela, porque ninguém explica nada do que está acontecendo. Então por que isso é importante na comunicação verbal?
 
Porque se nós acreditamos que as crianças entendem o que dizemos, teremos a oportunidade de explicar para elas o quanto será útil o uso de seus sons e palavras. Então você poderia dizer: “Diga: Espaguete à Bolonhesa e eu saberei exatamente o que quer e pegarei para você. Você pode dizer “maçã” se quiser uma maçã e eu a pego para você.
Explique a utilidade dos sons e das palavras para o seu filho, porque queremos que as crianças sejam parceiras nisso. Eu acredito que, se as crianças realmente entenderem as vantagens
nisto, elas irão praticar mais e utilizar mais. Mas... você não dirá isto a ela até que realmente acredite que ela entenda, além disso, neste estágio, queremos dizer às nossas crianças, em detalhes, como elas podem movimentar a língua na boca e movimentar os lábios de uma forma especial e colocar tudo isto junto (o que é bastante complexo) de forma que consigam formar a palavra claramente. Para que nossas crianças possam fazer isto, temos que explicar isto a elas, passo a passo.
 
Não faremos isto a menos que realmente acreditemos que elas entendem.
 

Desenvolvendo a Comunicação Verbal - Parte 2


Em nossa vasta experiência, observamos que nossas crianças, não importando a idade:
* Tem o potencial e a capacidade de utilizar a comunicação verbal;
* Entende o que nós falamos para elas.
Tenha em mente essas duas coisas à medida que você encoraja o seu filho a utilizar mais os sons.
AÇÕES - Como agir enquanto estiver interagindo com a criança:
A primeira ação é escutar.

Escutar é um enorme passo que você pode dar para encorajar seu filho a falar mais.
Raramente se pensa ou se fala sobre isto quando as pessoas tentam encorajar a criança a se comunicar. Se quisermos que a criança se comunique verbalmente, existem duas coisas que acontecem na comunicação: uma é que alguém está falando, a outra é que alguém está escutando, porque se uma pessoa fala e ninguém escuta então ninguém está se comunicando.

Para nossas crianças, os maiores desafios são a comunicação e a interação. Então, por estarmos escutando, já estamos ensinando a se comunicarem, porque estamos moldando como escutar. Isso (audição ativa) é algo que você já pode fazer.
 
Sempre que a criança estiver fazendo seus sons (não importa que seja quase uma palavra), uma palavra ou som gutural (som ou fonema modificado pela garganta), mesmo que você esteja no meio de uma frase dizendo algo a ele, PARE, ESCUTE, NÃO FALE. Faça cara de atenção, talvez coloque a sua mão atrás da sua orelha, para mostrar que isto é importante para você, que quando elas produzem sons, e estão se comunicando verbalmente, alguém pára e escuta , dá atenção a elas, gosta de ouvi-las.
“―Ah, vou escutar você! Para mim é tão importantes os sons que você já faz, a comunicação verbal que você está fazendo é muito importante para mim. Mesmo que não seja para mim, vejo que está se comunicando.”- Então paro e escuto. Não é fabuloso?
E também, escutar vai lhe ajudar saber quais os sons e como seu filho está se comunicando verbalmente nesse momento.

Para saber qual resposta dar, precisamos saber o que ela já está fazendo. Nós sugerimos que você passe pelo menos 10 minutos, sei que pode ser difícil achar tempo, mas não se concentre em cozinhar, em fazer com que sua criança fale ou faça algo, ou tentar se comunicar com seu filho. Apenas PARE e ESCUTE. Escute o que elas estão dizendo, que sons realmente estão fazendo neste momento. E você provavelmente vai se surpreender, pois a criança já está formando palavras, e você nunca tinha notado. Em nossa experiência, muitas vezes as crianças emitem uma grande e contínua linha de sons e colocam palavras bem no meio delas, de forma camuflada e nós não escutamos. Por exemplo, talvez seu filho tenha um som de repetição que faz toda hora, uma série de sons, talvez algo como “aubadaba, aubadaba, aubadaba, aubadaba”. Se este é o som de repetição do seu filho, você escutou muito isto. Ás vezes o que acontece, não de forma intencional, é que você deixa de ouvir; ou quando você escuta um som, já espera um determinado som.

Isso acontece com frequência, acontece comigo e eu tenho certeza que você tem experiência com isso.
Você diz “Olá” para alguém e ele diz “estou bem, obrigado”. Por que ele esperava que dissesse “como está?” E porque esperava isto, ele escuta isto de verdade, mas o que disse foi “Olá”.
 
Eu já fiz isso, escutei palavras que não estavam lá. Quando acreditamos já saber o que nossos filhos estão dizendo, nós nos desligamos um pouco de escutar o que eles dizem.
Então, pare e escute, mesmo que você se considere um grande ouvinte, certifique-se que está fazendo, pois talvez a linguagem de seu filho tenha evoluído desde a última vez que você realmente parou e o escutou, e só escutou. Quero demonstrar como ás vezes as crianças colocam diferentes palavras dentro de sons como “uuaaaaauuuu livro uuaaaauuuu chiclete uauua”. Elas encaixam estas pequenas palavras no meio, e a menos que você esteja prestando 100% de atenção ao que estão falando, é comum não percebermos. Algumas vezes as crianças estão dizendo palavras, mas as colocam de trás para frente ou dizem apenas o meio da palavra, ou o final. Você diz “livro” e eles dizem apenas “iiiii”. Como não dizem a palavra toda, deixamos de reconhecer como comunicação inteira. Às vezes dizem “li” ou algo como “vroli”, misturam os sons e sílabas. 
 
Quando você realmente escuta, e você pode até gravar todos os sons diferentes do seu filho, você pode analisar e pensar: “Ah, talvez existam palavras lá.” E talvez você consiga ter uma ideia do que seu filho está fazendo naquele momento. Quando realmente escutarmos, haverá mais silêncio. Algumas vezes, estamos tão ocupados tentando falar com nosso filho, tentando fazê-lo falar, achando que quanto mais falarmos e nomearmos tudo, mais ele vai conseguir falar. É claro que queremos falar com nossas crianças, mas como é difícil para elas falarem, se falarmos o tempo todo, não daremos a elas a oportunidade de falar, não haverá espaço para ela. Na minha experiência de trabalhar com crianças com autismo, especialmente no início do meu treinamento, eu falava muito, pois achava que era a maneira de envolver a criança. Quando cortei a quantidade do que falava pela metade, havia mais silêncio na sala, nós continuávamos brincando, mas havia mais silêncio. Notei então, que as crianças com as quais trabalhava falavam mais comigo, faziam mais sons, tudo por eu ter dado mais espaço para elas. Então considere isto quando estiver com a criança.

Você está permitindo o silêncio? Tudo bem se tiver silêncio na sala? Porque se estiver sempre falando a criança estará sempre no modo de escuta.
 
Escutar é uma ferramenta poderosa, por diferentes razões para a criança neste estágio. VAMOS ESCUTAR ENTÃO! A próxima coisa a fazer é RESPONDER, RESPONDER! Como um maluco!
A razão de falarmos uns com os outros, é porque obtemos respostas. Quando você diz a um amigo: “Você pode fazer um chá?” Ele reponde “Claro!” ou então, “Estou com pressa. Você pode fazê-lo, por favor?”
Você faz uma pergunta, ele responde. Você pede uma maçã, ele lhe dá a maçã. Ele reponde.
 
Se você fala com alguém e ele não responde, logo você pára de falar, pois não surte efeito, não há consequência para sua comunicação verbal , então você tentará chamar a atenção. Se quiser uma xícara de chá, talvez comece a fazer gestos, mímicas, apontando para o bule ou para a xícara. Talvez desenhe o chá, talvez comece a puxá-lo na direção da chaleira. (ISTO NÃO LHE PARECE FAMILIAR?) É comum nossas crianças fazerem isso, não é? Elas nos puxam pelas mãos e nos colocam em algo, é assim que chamam nossa atenção e normalmente respondemos 100% a isto. Outras vezes elas começam a chorar.Neste nível de linguagem, nem sempre entendemos o que as crianças estão dizendo, quando estão fazendo seus diferentes sons. E por não entendermos , nós nem sempre acreditamos que elas estão se comunicando, e não respondemos. Mas quando elas nos arrastam pela mão, isto entendemos claramente. Se estamos na cozinha e elas começam a chorar na sala , nem sempre mas na maioria das vezes, nós paramos, vamos lá e damos atenção. Quando elas nos movem fisicamente, choram e até batem, na percepção delas, elas ganham mais atenção; e quando elas emitem sons, normalmente nada acontece.
 

Desenvolvendo a Comunicação Verbal - Parte 3

 
Queremos mudar isso. Queremos que todos os sons ou palavras que seu filho esteja fazendo, não importa se você entende ou não , seja respondido sempre que possível. Assim, as crianças pensarão: “É bom fazer esse som, as pessoas começaram a me escutar, elas começaram a me responder. Vou fazer mais isto do que chorar ou puxar pelas mãos, pois isto é mais eficaz. Você quer mostrar a elas o poder da linguagem. Um ótimo exemplo disto é o de um lindo menino com quem trabalhei no quarto de brincar. Ele estava correndo no quarto e eu estava tentando me juntar a ele, correndo também, fazendo o que ele fazia (quando usamos a palavra juntar-se, significa que estamos fazendo a mesma atividade que a criança), então ele tocou na borda do espelho, olhou pra mim e falou: “Hum”. Então, isto não é um som? Senti-me ótima com isso, sentei no chão e comemorei, “Que som bonito”, e corri para a prateleira. Naquela época tínhamos um quebra cabeça de macaco, então peguei uma peça e dei a ele, a qual ele jogou fora.
 
Ele voltou a correr no quarto, tocou o espelho, olhou para mim e falou: “Hum”. Eu disse: “Este é um ótimo som!” Corri para o espelho e falei: ”Você disse Hum, isso quer dizer macaco?” E dei a ele outro macaco, que jogou fora. Fizemos isto 4 ou 5 vezes. O mais interessante aconteceu: lá pela 4ª ou 5ª vez que dei a ele, quando ele segurou o macaco na mão e olhou para ele, olhou para mim, olhou para o macaco, depois para mim de novo, e disse ”Hum”. 
 
Eu falei, bem alto e feliz: “Você disse Hum!” . Então eu comemorei, respondi, fui até a prateleira, peguei um macaco e dei a ele outra vez. Podia ver as ideias brotando na cabeça dele. Ele olhou para o macaco, olhou para mim de novo e falou: “Hum”. E eu cai para trás, ele então falou: “Ah!”. Eu levantei, e naquele momento, um dos momentos mais fantásticos, ele entendeu porque eu estava respondendo a ele, porque eu estava dando a ele aquele macaco. E colocou as duas coisas juntas, que o som que ele fazia me movia, que eu respondia ao som. Tão logo ele entendeu isso, começou a usar seus sons e sua linguagem cada vez mais, chegando ao estágio de formar palavras, pois assim que percebeu que “Uau! É isto que movimenta o meu mundo”, ele ficou mais motivado a usá-lo. Quanto mais ele praticava, mais ele chegava à próxima etapa da linguagem.
 
Responder, dar um significado ao som, é muito importante ao seu filho. A CONSTÂNCIA também é muito importante, pois não foi só a minha sessão com ele que o ajudou a conseguir isso, vínhamos trabalhando com ele havia 3 semanas; todos respondiam a TODOS OS SONS que ele fazia. E levou um tempo, esta constância de respostas para que ele realmente entendesse. Então RESPONDER, RESPONDER, RESPONDER... Darei alguns exemplos de como você pode fazer isto, não importa quais sons seu filho esteja fazendo.

Normalmente existem 3 tipos de sons e palavras, nos estágios iniciais da comunicação verbal. O 1º, que talvez seu filho esteja fazendo, chamamos de sons isolados, claros, e semelhantes às palavras. Talvez diga “papapa” quando quer algo; ou “dada”, ou “dudu”, ou “didi”, ou “uh”, ou como essa criança: “hum”.

Supondo que está claro para você que, este é o início, que este é um som semelhante à fala. Se seu filho faz estes sons, onde quer que esteja, a primeira coisa a fazer é comemorar, porque isto é ótimo. Vou dizer ao meu filho: ”Sim, eu adorei este som!”.
 
Depois disto, você vai responder de uma das duas seguintes formas: ou você responde com uma ação ou com um objeto. Lembre-se, isto não tem nada a ver com pegar ou fazer de forma correta aquilo que ele está tentando dizer. Isto tem a ver com responder, para mostrar ao seu filho que estes sons tem SIGNIFICADO para você, que entende isto como COMUNICAÇÃO. Vamos supor que ele diga “ba”. Eu penso: “Ok”. Eu respondo com uma ação, talvez eu o balance.
 
“Você quer balançar? (Fazendo gestos de balanço)”. E eu o balanço. Posso pegar a bola e bater a bola, isso seria uma ação. Ou talvez eu queira responder com um objeto. Ele diz “ba”, eu corro e pego um Batman: “Você queria o Batman?”. Ou pego um bastão, ou uma bola. Note que estou fazendo tudo que começa parecido com “ba”, pois ele disse “ba”; e no mundo ideal, se puder pensar em algo que começa com “ba”, e você tem isto na sala, então responda com isso. Pode ser um objeto que começa com ba, ou uma ação que começa com ba. Mas acredite ás vezes você está brincando com a criança no quarto de brincar, a criança diz ba e você fica entusiasmado com isso e pensa: não tenho a menor ideia do que começa com ba. Você não consegue pensar em nada e então paralisa; mas não importa. O mais importante é a criança ter uma resposta à linguagem. Então se ele disse ba, você pode pegar uma caneta oi um marcador, O importante é ele ter uma resposta. Depois de responder, recomendamos que você ponha as duas coisas juntas, você diz a ele: “Eu peguei este livro para você, pois você disse ba. Se você acredita que ele entende, você quer mostrar a ligação para ele, porque eu
não sei se ele estava querendo a bola naquela hora, mas queremos mostrar que quando fala, nós nos movimentamos , algo muito importante acontece ; então diga para ele porque você fez o que fez, então esta é uma forma de responder aos sons.
 
O outro padrão de som que acontece é uma longa linha de sons. A criança fala: ”bilibilubiludada” ou “ liiabuiiiabuiu” (como um assovio, ou outra entonação). E há uma linha inteira de sons diferentes. Primeiro você escuta, acredita que é comunicação, escuta até o final, sugerimos que você não interrompa isto pode continuar por uns 10 segundos, então escute com atenção, mostre a ele que está escutando e no final, celebre e responda com uma ação ou objeto. Você pode estar pensando: o que pode começar com bilibilubiludada? Não importa, pegue apenas uns dos sons que escutou, e responda com algo que esteja associado a este som. Se você não conseguir achar isto, não tem problema, apenas responda com qualquer coisa, uma ação ou objeto.
 
A terceira maneira que as crianças fazem sons no início é o que chamamos de sons guturais. Muitas pessoas acham que a criança não emite nenhum tipo de som porque na soam como sons semelhantes á fala, então o som gutural se parece com algo assim “aaaaoooo”, bem na parte de trás da garganta, ou algo como “rriiirrriuuu” ou “ppprrruuuppprrruu” (assoprando com os lábios). Quando você realmente os escuta, você pode escutar algum tipo de som semelhante à linguagem, espremido entre os sons. Mas mesmo que não os identifique, responda a estes sons, pois eles estão vindo do aparato vocal que você quer encorajar a criança a usar mais, e você pode responder a estes sons da mesma fora que sugeri antes.
 
Se a criança faz “aaaa” (som pela garganta), comemore quando terminar e ofereça a ela um objeto ou ação, pois quanto mais ela utilizar a garganta, a língua ou a boca, o modo natural de se comunicar, quanto mais praticar, maior a probabilidade de se chegar ao estágio em que é capaz de formar palavras e sons semelhantes à linguagem.
 

Desenvolvendo a Comunicação Verbal - Parte 4

 

O mesmo vale se seu filho fica em silêncio por longos períodos de tempo ou talvez só faça 3 tipos de sons em uma hora. Você tem realmente que escutar, pois nunca se sabe quando seu filho vai fazer aquele som. E mesmo se seu filho faça um som em uma hora, esta técnica é utilizada. É importante que você “faça festa”, que escute, comemore, ofereça coisas a ele de forma que ele perceba que o som foi significativo; mesmo que faça isto uma vez a cada hora, é realmente significativo, é parte de como ele se comunica com o mundo e faz as coisas acontecerem, então isto é RESPONDER.

Ainda sobre RESPONDER: ao responder aos sons, o que você está fazendo é interpretá-los como palavras, pois se ele diz “bilibilubiluda” e você pega uma bola, você o está direcionando para uma palavra específica, você está associando aquele som a uma palavra, que é o primeiro estágio para fazê-lo chegar lá, pois se não associarmos a uma palavra, os sons não vão a lugar algum. É muito importante que façamos isto. Às vezes você responde 10 vezes, e a criança parece não querer a bola, a caneta, pular com você, ou qualquer outra coisa que você ofereça, tudo bem!Continue a RESPONDER, RESPONDER, RESPONDER, pois você está colocando “dinheiro” no banco de linguagem. 
 
Cada vez que você diz que gosta quando fazem sons, que a comunicação verbal é importante para você, algo poderoso acontece. E mesmo se elasdemonstrarem não notar isto acredite-me, elas notam. O fato de responderem a você ou não, não é uma indicação de que deva continuar fazendo isto ou não. Responda a todos os sons e palavras das crianças; é fácil quando uma criança diz “bebida”, você dar uma bebida a ela, certo? Pois isto realmente faz sentido. Se a criança faz sons específicos, ás vezes ela gostam de algumas palavras específicas, responda também. Se ela diz amarelo, pegue algo amarelo ou desenhe algo que seja amarelo. Não apenas sons, palavras também. Escute, celebre, responda com uma ação e associe sua ação àquele som.

Bem, falamos sobre como responder à linguagem da criança, à comunicação verbal que ela apresenta no momento. Agora, quando devo ensinar a criança falar uma palavra, a chegar ao próximo estágio? Quando e como devo introduzir uma palavra?

No programa SON-RISE existe um momento bastante específico que nós sugerimos que você ensine a linguagem. Sugerimos que isso aconteça dentro de uma atividade interativa com a criança ou quando a criança quer algo de você.

Na atividade interativa, a criança está envolvida, brincando com você; por exemplo, ela quer que você construa uma torre e ela lhe entrega cada lego ou cada peça para construir uma torre bem alta e depois derrubar. Isto é uma brincadeira interativa, uma atividade que vocês estão brincando.

Talvez ela queira ver você desenhar o mesmo círculo várias vezes, ou fazer uma casa várias vezes, e ela mostra que quer que você faça isso, parecendo estar gostando muito disto, ás vezes quer que você sopre uma bolha, e mais uma, e outra. Pode querer que você aperte o pé dela, ou faça cócegas, algo que estejam fazendo juntos e que ela esteja gostando. Neste momento, sugerimos que você comece a pensar em ensinar uma palavra específica, a palavra toda. Ou também quando ela quer algo, aqui no quarto de brincar; ela pode querer algo da prateleira, pode ser um chapéu ou instrumento musical ou algo de comer. Se você ainda não tem um quarto de brincar, talvez ela queira algo do armário da cozinha, algo para beber da geladeira, um CD do armário da sala, quer algo de você. Estes são os dois momentos para ensinar linguagem e pedir que a criança fale. Por exemplo, você está construindo uma torre com a criança, e ela lhe entrega os tijolos, pois quer que você os coloque em cima, um de cada vez. Vocês constroem uma torre, ela está gostando, vocês estão brincando juntos, e você pensa: “Ok, esta é a hora que eu posso ensinar linguagem”. A 1ª coisa a fazer é “estabelecer uma cena linguística”, que é escolher uma palavra que defina claramente o que a criança quer que você faça neste momento, pode ser um substantivo ou um verbo. Se montamos uma torre juntos, posso usar a palavra “montar”, “montar”, “montar”, ou a palavra “pecinha”, “pecinha”, ou “colocar”, “colocar”. Pegue uma palavra e repita, a repita à medida que joga aquele jogo. Então ela lhe entrega uma pecinha, você pega a palavra pecinha. Ela lhe dá uma pecinha e você coloca a pecinha, e mais uma pecinha, “pecinha”, “pecinha”,“pecinha”.

Sugerimos que você use só uma palavra, e você a repete várias vezes à medida que joga o jogo. Fale a palavra de forma divertida, cantando, sussurrando, pode dizer “pecinha”, “pecinha”, “pecinha”, ou “monta-monta”, “monta-monta”, “monta-monta”. Talvez você tenha dito a palavra 10 ou 20 vezes, e a criança está lhe dando as peças para você colocar no lugar, então
pare e diga à criança: “Se você quer que eu coloque em cima, diga PECINHA. Aponte para a sua boca: “PECINHA”. Aponte para a boquinha dela: “PECINHA”, você consegue dizer “PECINHA”. Assim, você dá a ela a oportunidade de dizer a palavra “PECINHA” durante o jogo que ela gosta. Então, se a criança disser “PECINHA”, você se anima, comemora e coloca a peça na torre. Às vezes a criança fala algum som parecido “ééé”, “iii”, “aaaa”. Talvez também nada parecido com a palavra que você ensinou, mesmo assim , comemore, vibre, e responda a isto, pois queremos mostrar à criança que seu som nos fez fazer algo. Ela está tentando, este som aproximado foi um grande esforço e nós queremos encorajar a criança a tentar, tentar e tentar. Você coloca a pecinha em cima, ela lhe entrega outra peça, e você a desafia outra vez. Você diz: “Diga PECINHA e eu a colocarei em cima”. Durante este jogo, talvez você peça 10 vezes para ela dizer a palavra “PECINHA”. 
 
Talvez 20 vezes. Então este foi o jogo da torre. A mesma ideia acontece no jogo de desenhar, a criança quer que você desenhe um círculo, e outro círculo, e outro. Escolha uma palavra e enfatize durante a ação: “desenhar”, “desenhar”, “desenhar”. Você pode usar “círculo” também. Enquanto você desenha, talvez ela indique o que quer colocando a mão ali. “Desenhar”. “Desenhar”. “Desenhar”. Você fala você faz, você cria a motivação, você utiliza a “palavra única”: “Desenhar”. “Desenhar”. “Desenhar”, gesticulando, desenhando e falando todo o tempo. Quando você parar e disser: “Diga desenhar”, a criança terá escutado tantas vezes que será mais fácil para ela reproduzi-la, pois ela escutou várias vezes e consegue pegar dos arquivos do cérebro. Você comemora e segue adiante. O mesmo acontece em qualquer jogo que a criança esteja motivada. Às vezes, ao brincar com a criança, você tem apenas duas oportunidades de solicitar linguagem, pois nós solicitamos linguagem somente quando a criança está realmente conectada a nós. Para que ela perceba que “Falar é útil para mim, pois queria que a mamãe fizesse cócegas e ela pediu para eu falar a palavra “cócegas”, eu tentei e consegui. Eu tentei dizer a palavra desenhar, pois eu queria desenhar”. É importante que a criança perceba a utilidade de sua linguagem.
 
 

Desenvolvendo a Comunicação Verbal -Parte 5


O próximo estágio: A criança está falando aproximação de palavras, você está solicitando durante o jogo, ele está motivada na brincadeira, então ela tenta dizer as coisas verbalmente. Como ajudá-la a chegar ao próximo estágio, falando com clareza algo específico?

O 1º passo para ajudar a criança a usar a linguagem de forma mais específica, de aproximações como, por exemplo, para “desenhar” ela fala “de” ou “ar”, a chegar a falar a palavra toda, você precisa entender como se fala a palavra que você está pedindo para a criança falar.

Então, feche os olhos, e fale a palavra que está pedindo à criança para falar (pode ser a palavra desenhar). Fecho os meus olhos e falo: “desenhar, desenhar, desenhar”. Como eu falo isso? Colocando meus lábios de forma que os músculos reforcem o movimento exigido pelos sons das sílabas (como se estivesse ensinando uma pessoa de outro país a forma correta de emitir os sons de seu idioma) e digo “DE-SE-NHAR”, (a posição da língua também é muito importante para a criança), “DE-SE-NHAR”.

São três etapas, três sílabas, mas para ajudar a criança a passar por elas, tenho que saber eu mesma como funciona. Se a palavra é maçã, você fecha os olhos e diz: “maçã, maçã”.

Quanto a outras palavras, se prestar atenção, saberá cada passo que a criança tem que fazer para produzir o som.
-“Quando ele tinha 4 anos, a fonoaudióloga dele nos avisou que ele nunca iria falar, pois ele raramente produzia sons, desde então nó paramos com o tratamento de fonoterapia. Entretanto ele começou a imitar os sons, parte de palavras, sílabas isoladas e ele ainda não consegue falar duas sílabas. Existe a possibilidade de ele progredir para duas ou mais silabas? (Karen,mãe de Sean -5 anos, Malásia)

O que posso fazer para facilitar esse progresso?
- Olívia (4 anos) consegue dizer palavras de uma sílaba (como Sean), ela consegue falar a 1ª sílaba, mas não a 2ª. Por exemplo, ela fala “CO” e não “COPO” , ela não coloca o “PO” no final. Ela diz “ME” e não “MESA” . Como ajudá-la a dizer a palavra toda?

Quando você está numa atividade, e vamos pensar em termos de “COPO", pois esta é uma palavra especifica que nos deu, então, talvez o copo esteja na prateleira e apontando para a copo e dizendo “co”, como ajudá-la a dizer os dois sons juntos?

Como disse antes, queremos descobrir o que ela tem que fazer para dizer “copo”, “copo”, “CO-PO” (com ênfase nos lábios e língua). Então, descubra como dizer e explique a ela. Ela aponta para o copo , eu comemoro e respondo. Respondo indo à prateleira e dizendo: “Sim, vou pegar o copo para você! Você falou tão parecido, agora olhe como se fala: “copo”, “copo”, estique seus lábios e coloque a língua junto. E se ela permitir, talvez você possa tocar na boca na criança e dizer “copo” (como se fosse boquinha de peixinho) e apertar um pouco no formato redondo, “CO” e explicar que colocamos um lábio em cima do outro e assoprando de leve para fazer o som de "PO", e você a ajuda a fazer isso. Ás vezes vamos até o espelho e mostramos como fazer, elas conseguem ver por elas mesmas, isto também ajuda, explique a ela em detalhes e depois mostre no espelho. Não sei quais palavras Sean tem dificuldade de falar, mas você pode fazer algo similar.

Outra coisa a fazer extremamente útil: as crianças aprendem de diferentes formas, então se a criança fala o início da palavra e não fala o final junto com a 1ª sílaba, ás vezes acontece da criança não escutar o final, talvez não escute como uma mesma palavra, talvez esteja escutando as partes como palavras separadas. As crianças aprendem de formas muito diferentes, algumas aprendem visualmente, outras de forma rítmica, visual, ou de forma física. Neste caso, sugerimos que, e eu vou usar a palavra “copo", mas podemos usar outra, vamos dizer “bola”. Talvez a criança consiga dizer “bo” e não “bola”. Eu escreveria as duas diferentes sílabas em duas folhas separadas, e quando você diz “bola”, especialmente se a criança é muito visual, aponte e diga: “BO”-“LA”, “BO”-“LA”, para ela ver que há dois sons para se dizer bola. Peça que ela diga. Vamos lá, vamos falar juntos, BO-LA. Se a criança for mais rítmica, você pode dar batidinhas nas costas dela, “BO”-“LA”, você pode falar enquanto brinca com o tapinha: “BO”-“LA”. Toque nos ombros: “BO”-“LA”, vamos falar juntos “BO”-“LA”, desta forma ela pode sentir que há dois sons juntos. Se ela for mais física, coloque as folhas no chão e a convide a pular: “BO”-“LA”, de um papel para o outro. Literalmente pule junto: “BO”-“LA”, e dê à criança experiência física.

Há uma pergunta sobre cantar músicas, sobre ele tender fazer sons, mas de forma cantada. Não tenha medo de cantar a palavra solicitada:¯¯ “BO”-“LA” ¯¯, se a criança usa seus sons e palavras em voz cantada, então solicitamos desta forma, talvez assim ela possa escutar melhor, talvez fique mais motivada, você pode cantar os dois sons juntos. Estas são as sugestões para encorajar seu filho a colocar as duas sílabas juntas e formar palavras de duas sílabas.

E lembre-se: NÃO SE SINTA DESMOTIVADO! Às vezes as crianças respondem rapidamente às técnicas que mencionei, algumas começam a ampliar seu vocabulário em uma semana, uma vez que há resposta à linguagem delas. Às vezes leva mais tempo, mas somos todos diferentes, e mudamos em níveis diferentes. É importante que você aplique a técnica constantemente e a linguagem constantemente.

* "Minha filha de três anos tem autismo de grau leve e fala de forma ecolálica. Não consigo que ela elabore falas originais ou me responda, ela apenas repete aquilo que me ouve dizer."

O principal aqui é que se sua criança é ecolálica, isto é fantástico, pois ela está formando palavras e ás vezes isto é o 1º passo. Crianças com desenvolvimento típico passam por este estágio, no seu caso, depende se sua filha começou a ficar ecolálica agora ou começou há 6 meses atrás. Se ela apenas começou, celebre isso e dê a ela o que quer, mostre que isso funciona. Se ela é ecolálica há tempos, você pode oferecer opções:
Se você está na prateleira, ou ela quer algo, se ela é ecolálica, pego antes aquilo que sei ser o que ela quer. Se ela quer uma determinada boneca, aponto para a boneca a deixando na prateleira, e digo: “Você quer a boneca?” e aponto para a boneca quando digo “Boneca” ou “Quer o Cubo?”. Acredito que ela quer a boneca, mas pego um 2º objeto que talvez ela não queira, pois se ela é ecolálica ela vai me repetir. Aponto e digo: “Cubo”. Se ela diz Cubo, comemoro e respondo: “Você disse Cubo, aqui está o Cubo”.

Muitas vezes a criança diz “não!”, pois o que ela realmente queria era a boneca, mas ela estava repetindo. Então eu digo: “Você disse a última coisa e eu lhe dei a última coisa”. Então tento de novo: “Você quer a boneca ou você quer a garrafa?”. Se ela diz “Garrafa” eu lhe dou a garrafa. Na 3ª tentativa, digo: “Você quer a boneca?”, como é ecolálica, ela diz “Boneca”, e dou a ela, assim me comunico com ela e explico:
“A razão de demorar tanto para chegar à boneca é que você repetiu o que eu falava. Se você tivesse dito logo Boneca, teria ganhado mais rápido”.

Com o passar do tempo, ela percebe que eu ainda sou responsiva, pois é importante ser responsivo, mas sempre que ela repete a última coisa, leva mais tempo para ganhar o que quer.
“- Meu garotinho de 4 anos tem um vocabulário de cerca de 15 palavras, que utiliza de forma inconstante, mas normalmente de forma apropriada. Ele chora, grita e aponta quando quer algo, e normalmente se recusa a falar. Como lidar com isso?
“- Meu filho acabou de fazer 4 anos e quando tento ensiná-lo a dizer os sons, ele se desinteressa ou faz birra”.
A razão pela qual nossas crianças choram (e você citou birra, então talvez ela se jogue no chão ou sacuda seus punhos) é porque acreditam, não importa por quais razões, que com isto vão conseguir o que querem mais rápido, pois durante a história de vida delas, não importa se foi com professores da escola, com os avós, primos, pais, irmãs, mães, amigos, com quem quer que seja, elas acreditam que vão conseguir o que querem mais rápido com birra, pois muitas vezes as pessoas se movimentam mais rápido quando a criança está chorando.

Isto não precisa acontecer sempre, você pode estar pensando, “Nem sempre faço isto, às vezes não dou resposta nenhuma à birra”. Mas com nossas crianças, por ser um desafio para elas falar, mesmo se sua criança ganhar três respostas, de um total de dez, vale a pena para ela tentar. Se eu achasse que ganharia um milhão de dólares ao fazer birra, e já aconteceu uma vez, talvez duas vezes, eu tentaria de novo, e talvez valesse a pena investir corpo e alma na birra se soubesse que ia ganhar. Quando sua criança chora, principalmente nos exemplos que falamos, saiba que ela está bem, não significa necessariamente que está muito infeliz ou passando por algo horrível.
Na verdade, está usando isto para se comunicar com você. Neste caso, ela aponta para algo para comunicar o que quer, e você pode pensar: “-Ah, ela é tão inteligente! Ela acha que vai conseguir o que quer chorando”. Queremos mudar isto.

-Como vou ajudá-la a entender que o choro não a ajuda a conseguir o que quer da mesma forma que a linguagem?
Quando ela não chorar e usar a linguagem, vamos responder, e mostrar a ela que somos rápidos, e que pegamos as coisas pra ela quando diz os sons mesmo se não entendemos o que diz.

Quando chorar, seremos amorosos, carinhosos, mas esta é a hora que você quer ser lenta na resposta, não sem resposta, mas lenta. Digo, “Eu realmente não sei o que quer, pois está chorando”. Coço a cabeça um pouco, digo:- Realmente não estou entendendo. Você pode respirar fundo, e usar seus sons? Isto iria me ajudar a entender o que você quer. Peço que ela use aquilo que será mais útil para ela no futuro.

Às vezes, a criança continua com a birra, neste caso eu digo: “-Ok, eu te amo! Sei que está tentando me comunicar algo e estou tentando descobrir o que é”. Vou me mover lentamente, bem devagar até a prateleira, ou para o que ela apontou. Não pegarei diretamente o que ela está apontando. Pegarei o que está ao lado. - Você quer o urso? Talvez ela diga, “Não! Não o urso!”. Digo. “Ah! Você não quer isto, você pode apenas dizer ‘não’”. “-Veja, eu não entendo o que quer quando você chora.” Vou me mover com lentidão de novo e, talvez na terceira vez pegue o que ela quer. Oferecerei a ela, “Você queria a garrafa?” Se ela pegar a garrafa digo “Garrafa! A palavra é garrafa! Eu não sabia que queria isto, pois você estava chorando! Você pode usar a palavra ‘garrafa’, é ‘garrafa’!” Posso até mesmo pedir, “Diga garrafa e pego mais cinco garrafas!” Se ela faz algum som aproximado ou parecido, corro para a prateleira e pego várias garrafas. A ideia é mostrar que o choro, e dizer a ela verbalmente, que quando chora ela consegue as coisas lentamente, mas quando usa seus sons e palavras, você se move rapidamente.

Numa das perguntas a criança aponta algo, então eu ando devagar à prateleira. Digo: “Você quer o fantoche? A palavra é FAN-TO-CHE. Você pode dizer fantoche”. E peça que ela diga. Não tenha medo de pedir para usar palavras. Às vezes, quando estou no quarto de brincar com uma criança que chora, e quando peço que respire fundo e use seus sons, às vezes leva uns 5 ou 6 minutos, mas a criança acaba optando por usar seus sons. Mas não o fazem a não ser que você peça.

Recomendo que você experimente essas técnicas no dia-a-dia, em cada sessão, dentro ou fora do quarto. Estas são coisas que você pode fazer. Divirta-se encorajando sua criança a falar.
Desenvolvendo a Comunicação VerbalKate Wilde ilustra técnicas que promovem o desenvolvimento da comunicação verbal de uma pessoa com autismo.
Parte 1: http://youtu.be/5VLIYsRLA8E
Parte 2: http://youtu.be/sLlNptB1wBg
Parte 3: http://youtu.be/iO4RRjHv9g
Parte 4: http://youtu.be/U8eJzm7fVpc
Parte 5: http://youtu.be/oextKtswbpc
Parte 6: http://youtu.be/t-UZO5ZIwJI




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