O próximo estágio: A criança está falando aproximação de palavras, você está solicitando durante o jogo, ele está motivada na brincadeira, então ela tenta dizer as coisas verbalmente. Como ajudá-la a chegar ao próximo estágio, falando com clareza algo específico?
O 1º passo para ajudar a criança a usar a linguagem de forma mais específica, de aproximações como, por exemplo, para “desenhar” ela fala “de” ou “ar”, a chegar a falar a palavra toda, você precisa entender como se fala a palavra que você está pedindo para a criança falar.
Então, feche os olhos, e fale a palavra que está pedindo à criança para falar (pode ser a palavra desenhar). Fecho os meus olhos e falo: “desenhar, desenhar, desenhar”. Como eu falo isso? Colocando meus lábios de forma que os músculos reforcem o movimento exigido pelos sons das sílabas (como se estivesse ensinando uma pessoa de outro país a forma correta de emitir os sons de seu idioma) e digo “DE-SE-NHAR”, (a posição da língua também é muito importante para a criança), “DE-SE-NHAR”.
São três etapas, três sílabas, mas para ajudar a criança a passar por elas, tenho que saber eu mesma como funciona. Se a palavra é maçã, você fecha os olhos e diz: “maçã, maçã”.
Quanto a outras palavras, se prestar atenção, saberá cada passo que a criança tem que fazer para produzir o som.
-“Quando ele tinha 4 anos, a fonoaudióloga dele nos avisou que ele nunca iria falar, pois ele raramente produzia sons, desde então nó paramos com o tratamento de fonoterapia. Entretanto ele começou a imitar os sons, parte de palavras, sílabas isoladas e ele ainda não consegue falar duas sílabas. Existe a possibilidade de ele progredir para duas ou mais silabas? (Karen,mãe de Sean -5 anos, Malásia)
O que posso fazer para facilitar esse progresso?
- Olívia (4 anos) consegue dizer palavras de uma sílaba (como Sean), ela consegue falar a 1ª sílaba, mas não a 2ª. Por exemplo, ela fala “CO” e não “COPO” , ela não coloca o “PO” no final. Ela diz “ME” e não “MESA” . Como ajudá-la a dizer a palavra toda?
Quando você está numa atividade, e vamos pensar em termos de “COPO", pois esta é uma palavra especifica que nos deu, então, talvez o copo esteja na prateleira e apontando para a copo e dizendo “co”, como ajudá-la a dizer os dois sons juntos?
Como disse antes, queremos descobrir o que ela tem que fazer para dizer “copo”, “copo”, “CO-PO” (com ênfase nos lábios e língua). Então, descubra como dizer e explique a ela. Ela aponta para o copo , eu comemoro e respondo. Respondo indo à prateleira e dizendo: “Sim, vou pegar o copo para você! Você falou tão parecido, agora olhe como se fala: “copo”, “copo”, estique seus lábios e coloque a língua junto. E se ela permitir, talvez você possa tocar na boca na criança e dizer “copo” (como se fosse boquinha de peixinho) e apertar um pouco no formato redondo, “CO” e explicar que colocamos um lábio em cima do outro e assoprando de leve para fazer o som de "PO", e você a ajuda a fazer isso. Ás vezes vamos até o espelho e mostramos como fazer, elas conseguem ver por elas mesmas, isto também ajuda, explique a ela em detalhes e depois mostre no espelho. Não sei quais palavras Sean tem dificuldade de falar, mas você pode fazer algo similar.
Outra coisa a fazer extremamente útil: as crianças aprendem de diferentes formas, então se a criança fala o início da palavra e não fala o final junto com a 1ª sílaba, ás vezes acontece da criança não escutar o final, talvez não escute como uma mesma palavra, talvez esteja escutando as partes como palavras separadas. As crianças aprendem de formas muito diferentes, algumas aprendem visualmente, outras de forma rítmica, visual, ou de forma física. Neste caso, sugerimos que, e eu vou usar a palavra “copo", mas podemos usar outra, vamos dizer “bola”. Talvez a criança consiga dizer “bo” e não “bola”. Eu escreveria as duas diferentes sílabas em duas folhas separadas, e quando você diz “bola”, especialmente se a criança é muito visual, aponte e diga: “BO”-“LA”, “BO”-“LA”, para ela ver que há dois sons para se dizer bola. Peça que ela diga. Vamos lá, vamos falar juntos, BO-LA. Se a criança for mais rítmica, você pode dar batidinhas nas costas dela, “BO”-“LA”, você pode falar enquanto brinca com o tapinha: “BO”-“LA”. Toque nos ombros: “BO”-“LA”, vamos falar juntos “BO”-“LA”, desta forma ela pode sentir que há dois sons juntos. Se ela for mais física, coloque as folhas no chão e a convide a pular: “BO”-“LA”, de um papel para o outro. Literalmente pule junto: “BO”-“LA”, e dê à criança experiência física.
Há uma pergunta sobre cantar músicas, sobre ele tender fazer sons, mas de forma cantada. Não tenha medo de cantar a palavra solicitada:¯¯ “BO”-“LA” ¯¯, se a criança usa seus sons e palavras em voz cantada, então solicitamos desta forma, talvez assim ela possa escutar melhor, talvez fique mais motivada, você pode cantar os dois sons juntos. Estas são as sugestões para encorajar seu filho a colocar as duas sílabas juntas e formar palavras de duas sílabas.
E lembre-se: NÃO SE SINTA DESMOTIVADO! Às vezes as crianças respondem rapidamente às técnicas que mencionei, algumas começam a ampliar seu vocabulário em uma semana, uma vez que há resposta à linguagem delas. Às vezes leva mais tempo, mas somos todos diferentes, e mudamos em níveis diferentes. É importante que você aplique a técnica constantemente e a linguagem constantemente.
* "Minha filha de três anos tem autismo de grau leve e fala de forma ecolálica. Não consigo que ela elabore falas originais ou me responda, ela apenas repete aquilo que me ouve dizer."
O principal aqui é que se sua criança é ecolálica, isto é fantástico, pois ela está formando palavras e ás vezes isto é o 1º passo. Crianças com desenvolvimento típico passam por este estágio, no seu caso, depende se sua filha começou a ficar ecolálica agora ou começou há 6 meses atrás. Se ela apenas começou, celebre isso e dê a ela o que quer, mostre que isso funciona. Se ela é ecolálica há tempos, você pode oferecer opções:
Se você está na prateleira, ou ela quer algo, se ela é ecolálica, pego antes aquilo que sei ser o que ela quer. Se ela quer uma determinada boneca, aponto para a boneca a deixando na prateleira, e digo: “Você quer a boneca?” e aponto para a boneca quando digo “Boneca” ou “Quer o Cubo?”. Acredito que ela quer a boneca, mas pego um 2º objeto que talvez ela não queira, pois se ela é ecolálica ela vai me repetir. Aponto e digo: “Cubo”. Se ela diz Cubo, comemoro e respondo: “Você disse Cubo, aqui está o Cubo”.
Muitas vezes a criança diz “não!”, pois o que ela realmente queria era a boneca, mas ela estava repetindo. Então eu digo: “Você disse a última coisa e eu lhe dei a última coisa”. Então tento de novo: “Você quer a boneca ou você quer a garrafa?”. Se ela diz “Garrafa” eu lhe dou a garrafa. Na 3ª tentativa, digo: “Você quer a boneca?”, como é ecolálica, ela diz “Boneca”, e dou a ela, assim me comunico com ela e explico:
“A razão de demorar tanto para chegar à boneca é que você repetiu o que eu falava. Se você tivesse dito logo Boneca, teria ganhado mais rápido”.
Com o passar do tempo, ela percebe que eu ainda sou responsiva, pois é importante ser responsivo, mas sempre que ela repete a última coisa, leva mais tempo para ganhar o que quer.
“- Meu garotinho de 4 anos tem um vocabulário de cerca de 15 palavras, que utiliza de forma inconstante, mas normalmente de forma apropriada. Ele chora, grita e aponta quando quer algo, e normalmente se recusa a falar. Como lidar com isso?
“- Meu filho acabou de fazer 4 anos e quando tento ensiná-lo a dizer os sons, ele se desinteressa ou faz birra”.
A razão pela qual nossas crianças choram (e você citou birra, então talvez ela se jogue no chão ou sacuda seus punhos) é porque acreditam, não importa por quais razões, que com isto vão conseguir o que querem mais rápido, pois durante a história de vida delas, não importa se foi com professores da escola, com os avós, primos, pais, irmãs, mães, amigos, com quem quer que seja, elas acreditam que vão conseguir o que querem mais rápido com birra, pois muitas vezes as pessoas se movimentam mais rápido quando a criança está chorando.
Isto não precisa acontecer sempre, você pode estar pensando, “Nem sempre faço isto, às vezes não dou resposta nenhuma à birra”. Mas com nossas crianças, por ser um desafio para elas falar, mesmo se sua criança ganhar três respostas, de um total de dez, vale a pena para ela tentar. Se eu achasse que ganharia um milhão de dólares ao fazer birra, e já aconteceu uma vez, talvez duas vezes, eu tentaria de novo, e talvez valesse a pena investir corpo e alma na birra se soubesse que ia ganhar. Quando sua criança chora, principalmente nos exemplos que falamos, saiba que ela está bem, não significa necessariamente que está muito infeliz ou passando por algo horrível.
Na verdade, está usando isto para se comunicar com você. Neste caso, ela aponta para algo para comunicar o que quer, e você pode pensar: “-Ah, ela é tão inteligente! Ela acha que vai conseguir o que quer chorando”. Queremos mudar isto.
-Como vou ajudá-la a entender que o choro não a ajuda a conseguir o que quer da mesma forma que a linguagem?
Quando ela não chorar e usar a linguagem, vamos responder, e mostrar a ela que somos rápidos, e que pegamos as coisas pra ela quando diz os sons mesmo se não entendemos o que diz.
Quando chorar, seremos amorosos, carinhosos, mas esta é a hora que você quer ser lenta na resposta, não sem resposta, mas lenta. Digo, “Eu realmente não sei o que quer, pois está chorando”. Coço a cabeça um pouco, digo:- Realmente não estou entendendo. Você pode respirar fundo, e usar seus sons? Isto iria me ajudar a entender o que você quer. Peço que ela use aquilo que será mais útil para ela no futuro.
Às vezes, a criança continua com a birra, neste caso eu digo: “-Ok, eu te amo! Sei que está tentando me comunicar algo e estou tentando descobrir o que é”. Vou me mover lentamente, bem devagar até a prateleira, ou para o que ela apontou. Não pegarei diretamente o que ela está apontando. Pegarei o que está ao lado. - Você quer o urso? Talvez ela diga, “Não! Não o urso!”. Digo. “Ah! Você não quer isto, você pode apenas dizer ‘não’”. “-Veja, eu não entendo o que quer quando você chora.” Vou me mover com lentidão de novo e, talvez na terceira vez pegue o que ela quer. Oferecerei a ela, “Você queria a garrafa?” Se ela pegar a garrafa digo “Garrafa! A palavra é garrafa! Eu não sabia que queria isto, pois você estava chorando! Você pode usar a palavra ‘garrafa’, é ‘garrafa’!” Posso até mesmo pedir, “Diga garrafa e pego mais cinco garrafas!” Se ela faz algum som aproximado ou parecido, corro para a prateleira e pego várias garrafas. A ideia é mostrar que o choro, e dizer a ela verbalmente, que quando chora ela consegue as coisas lentamente, mas quando usa seus sons e palavras, você se move rapidamente.
Numa das perguntas a criança aponta algo, então eu ando devagar à prateleira. Digo: “Você quer o fantoche? A palavra é FAN-TO-CHE. Você pode dizer fantoche”. E peça que ela diga. Não tenha medo de pedir para usar palavras. Às vezes, quando estou no quarto de brincar com uma criança que chora, e quando peço que respire fundo e use seus sons, às vezes leva uns 5 ou 6 minutos, mas a criança acaba optando por usar seus sons. Mas não o fazem a não ser que você peça.
Recomendo que você experimente essas técnicas no dia-a-dia, em cada sessão, dentro ou fora do quarto. Estas são coisas que você pode fazer. Divirta-se encorajando sua criança a falar.
Desenvolvendo a Comunicação VerbalKate Wilde ilustra técnicas que promovem o desenvolvimento da comunicação verbal de uma pessoa com autismo.
Parte 1: http://youtu.be/5VLIYsRLA8E
Parte 2: http://youtu.be/sLlNptB1wBg
Parte 3: http://youtu.be/iO4RRjHv9g
Parte 4: http://youtu.be/U8eJzm7fVpc
Parte 5: http://youtu.be/oextKtswbpc
Parte 6: http://youtu.be/t-UZO5ZIwJI