
Giovani  era o bebê que todos os pais gostariam de ter. Falo dos pais  contemporâneos que se dividem entre o trabalho, o cuidado dos filhos e  seus projetos pessoais. Calmo, silencioso e com pouca propensão a  chorar, Giovani era capaz de passar horas brincando sozinho, folheando  um livro ou vendo televisão sem solicitar a atenção de seus pais. Em  outras palavras, diferentemente da maioria das crianças, o garoto pouco  demandava de seus pais, produzindo neles uma sensação de conforto e  tranquilidade bastante atípica para quem estava cuidando de um bebê com  poucos meses de vida. Essa sensação, todavia, não durou muito tempo.
Seu pai, Francisco Paiva Junior,  dono de uma aguçada capacidade de observação própria da profissão de  jornalista, logo notou que além de ser excessivamente calmo para um  bebê, Giovani apresentava outros comportamentos que o distinguiam da  maioria das crianças: não utilizava os brinquedos de acordo com a função  para a qual haviam sido feitos (carrinhos, por exemplo, eram jogados ou  chutados como bolas); repetia durante um bom tempo uma mesma ação, como  levantar até a altura do rosto uma peça de um jogo de montar e depois  deixá-la cair; dificilmente atendia ao ser chamado por seu nome; não  olhava nos olhos de ninguém etc.
 Graças à Internet, Paiva Junior pôde ter  acesso a informações que o levaram a suspeitar do que poderia estar  acontecendo com seu filho e – o que é o mais importante – buscar ajuda  especializada. Pesquisando acerca dos comportamentos atípicos de  Giovani, o jornalista descobriu que o filho poderia ser autista.
Diferentemente do que o público leigo  imagina, o autismo não é uma categoria diagnóstica que comporta apenas  uma única caracterização sintomatológica. Dito de outro modo, indivíduos  com autismo não são todos iguais. Fala-se no campo psicopatológico, de  um espectro autista, ou seja, de uma faixa que comporta vários níveis e  graus de autismo. Nesse sentido, há casos leves, moderados e graves de  autismo, com sintomatologias específicas em cada um dos níveis. O  elemento comum que permite designar os diferentes quadros nosológicos  como autismo é a existência de um atraso no desenvolvimento das funções  de comunicação e socialização, o que caracteriza essa psicopatologia  como um transtorno global do desenvolvimento (TGD).
Em “AUTISMO: não espere, aja logo! Depoimentos de um pai sobre os sinais de autismo” (M.Books, 2012, 132 páginas, R$39), o jornalista Paiva Junior  corajosamente narra todo o percurso que vai desde o complicado parto de  seu filho Giovani, passando pelo recebimento do diagnóstico de autismo,  até o começo do tratamento do filho. Não se trata, porém, de um relato  destinado a satisfazer a curiosidade que grande parte das pessoas sente  em relação aos comportamentos de uma pessoa autista.
O interesse de Paiva Junior é utilizar o  caso de Giovani como ilustração para a necessidade que os pais têm de  estarem atentos aos comportamentos de seus filhos a fim de que, caso  haja a suspeita de autismo, o diagnóstico seja feito o mais precocemente  possível para que se inicie imediatamente o tratamento.
Paiva Junior, ao longo de todo o livro,  insiste no seguinte ponto: tanto pais quanto profissionais, ao  perceberem qualquer sinal que possa indicar que a criança seja autista,  não devem ficar na expectativa de que o tempo lhes vá trazer a  confirmação da suspeita. Muitas vezes, o tempo de espera poderia ter  sido utilizado para a concretização do tratamento caso o diagnóstico de  autismo fosse efetivamente feito. Quanto mais precoce for a intervenção,  maiores serão as chances de que os comprometimentos nas áreas de  comunicação e socialização do indivíduo sejam minimizados.
Giovani, como o leitor pode notar ao  longo do livro, não apresentava sinais muito evidentes de que fosse uma  criança autista. Tanto é que uma pediatra a quem os pais foram consultar  no início, disse que os comportamentos atípicos do garoto eram apenas  traços de sua personalidade, que “aquele era o jeito dele”.
Se não fosse pelo insistente (e saudável)  desejo do pai de compreender o que de fato se passava com seu filho,  Giovani só teria sido diagnosticado com autismo muitos anos depois,  quando muitos dos problemas já teriam se agravado. Paiva Junior e sua  esposa buscaram a ajuda de um neuropediatra (que, inclusive, escreve o  prefácio do livro) e dele obtiveram a resposta que tanto esperavam e que  ao mesmo tempo temiam: o diagnóstico de autismo.
Aliás, a reação dos pais diante da  confirmação do diagnóstico é outro ponto bastante enfatizado no livro.  Paiva Junior, através de uma descrição íntima e direta da experiência  que vivenciou com a esposa, mostra que a negação é a primeira resposta  da maioria dos pais diante do diagnóstico de autismo. Muitos se recusam a  acreditar no que ouvem do médico e, por conta disso, acabam  procrastinando o início do tratamento. O que está em jogo é a perda da imagem do filho perfeito que todos os pais idealizam para seus descendentes e da qual muitos resistem a se desfazer.
O livro ainda traz os casos de outras  crianças autistas e suas famílias, abordando a descoberta dos sinais, a  confirmação do diagnóstico e a reação dos familiares. Tais relatos foram  fornecidos por pais que faziam parte de listas de discussão sobre  autismo na internet das quais Paiva Junior participa. O jornalista,  aliás, tem contribuído ativamente para o processo de propagação de  conhecimento acerca do autismo. Em 2010, criou a Revista Autismo,  gratuita e sem fins lucrativos, que se dedica a disseminar informação  sobre o transtorno, colaborando para a desconstrução das imagens  preconceituosas ainda existentes sobre o indivíduo autista.
A M.BOOKS, editora responsável pela publicação do livro, disponibilizou um exemplar da obra para presentear um dos leitores. O escolhido será aquele que elaborar o comentário mais criativo e bem fundamentado acerca do tema AUTISMO. Sugestões: história  do conceito de autismo; como o autismo tem sido visto pela psicologia e  pela psicanálise; teorias sobre a causalidade do autismo; a inclusão do  indivíduo autista na sociedade etc. A intenção é transformar o  espaço de comentários em um pequeno mural de informações a respeito do  tema. O dono do comentário mais criativo e bem fundamentado receberá o  livro diretamente em sua casa. Não se esqueça de inserir seu nome completo e email.
fonte: http://lucasnapoli.com/2012/04/17/livro-narra-depoimento-de-um-pai-sobre-os-sinais-de-autismo/ 
  
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