
Como o médico espírita pode auxiliar espiritualmente o paciente sem interferir em sua religião.
Por José de Ribamar Tourinho
Associação Médico-Espírita do Brasil
Por José de Ribamar Tourinho
Associação Médico-Espírita do Brasil
O  médico espírita desperta nas pessoas  uma esperança de que pode  solucionar as mais difíceis patologias da  medicina. E talvez tenham  razão, quando nós, médicos espíritas,  exercitamos com mais consciência e  fé a nossa mediunidade intuitiva, ou  seja, aprendemos a permanecer  conectados, através da expansão de  consciência, com o indispensável  mundo paralelo onde as equipes  espirituais, nossos mestres, nos  ensinaram ou nos querem ensinar como  desvendar os mistérios ou  dificuldades da medicina e de todas as  ciências do planeta.
Foi  através do exercício ou expansão da  consciência, através da  sensibilidade dos médiuns de nosso grupo de  estudo que tivemos êxito com  o caso do menor Rafael, um autista, filho  de mãe desquitada, pobre, que  sobrevive de lavados domésticos; após  peregrinar por vários  consultórios médicos e instituições  psiquiátricas, chegou ao nosso  atendimento fraterno, no Centro Espírita  Lar de Jesus, já com  diagnóstico médico de autismo, mostrando total  desligamento da realidade  cognitiva, olhar distante, balbuciando  ocasionalmente alguns ruídos,  entendidos com grande dificuldade por sua  mãe.
Rafael chegou ao  nosso atendimento com  dez anos de idade e a mãe, Maria de Jesus,  desesperançada quanto à  saúde mental de seu filho. Nós a encorajamos a  ter fé, acreditando no  amparo divino através das equipes espirituais que  assistem todo o  planeta, dirigido pelo nosso Mestre Jesus. Encaminhamos  o garoto para  tratamento de desobsessão, já que, além do autismo, a  percepção de  vibrações de baixa freqüência era evidente.
Na  cabine de passe, aplicamos durante  seis meses, uma vez por semana,  deitado em uma maca, o que chamamos de  realinhamento de chacras ou  técnica das polaridades, usada em nossa  clínica particular Núcleo de  Terapia Transpessoal.
Vou citar um caso que ocorreu na clínica, para explicar porque usamos a técnica de realinhamento dos chacras em Rafael.
Realinhamento dos chacras
Certa  vez, uma paciente entrou em nosso  consultório com forte crise de  cefaléia crônica. Ela usava há quatro  anos potentes analgésicos e  antidepressivos, medicados pela clínica  psiquiátrica, mostrando no seu  rosto profundo e doloroso sofrimento.  Foi levado por mim a deitar-se no  divã, onde fiz a pergunta: como a dor  de cabeça naquele momento era  representada? A paciente logo entrou em  regressão, vivenciando uma cena  de tontura em que sua cabeça era  comprimida por uma prensa para  esmagamento do crânio, causa de sua dor  de cabeça. No término da sessão,  a dor de cabeça tinha desaparecido  mostrando ela agora a face  descontraída e feliz. Quando pedi para a  paciente levantar-se e ir ao  encontro de seu esposo que a aguardava na  sala de espera, a paciente de  pé, próxima ao divã, parou e me disse:  “Doutor, não consigo sair deste  lugar”. Eu insisti, mas ela repetiu que  não conseguia andar; então,  pensei: “E agora? O marido esperando lá  fora…” Foi então que, mais uma  vez, fora as outras centenas de vezes, o  telefone espiritual, através  de nossa mediunidade intuitiva,  alertou-me que aquela paciente acabara  de incorporar, conectar-se com  uma entidade, sendo também uma médium  consciente. Aliviei os músculos, a  tensão, e mais facilmente veio o  intercâmbio, me trazendo uma nova  solução para aquela senhora que não  era espírita e parecia assustada.
O recém-chegado colega Cícero  Vasquez,  da sala ao lado, que trabalha com massoterapia, Reiki,  Realinhamento de  Chacras, e sabendo eu que entidades errantes se  conectam através do  chacra esplênico, fez-me lembrar que um  realinhamento desconectaria a  entidade do médium. Foi então que pela  primeira vez e com a ajuda do  prof. Cícero Vasquez, que, solicitado por  mim, aplicou o realinhamento,  obtivemos êxito imediato, após o último  movimento da técnica. Voltou a  paciente de súbito à sua consciência de  vigília, resolvendo assim esse  novo desafio. Em seguida, agradecemos a  assistência espiritual.
Passamos, então, a partir desse dia, a   aplicar nos pacientes ditos pré-psicóticos ou incorporados, a técnica do   realinhamento de chacras para desconectar o agente teta que, através  da  elevação da freqüência vibratória do paciente, por um melhor fluir  da  energia vital, facilitando a abertura de seus chacras, mantém a  entidade  desconectada pelo menos por 48 horas, enquanto se faz uma  outra  abordagem terapêutica.
O caso Rafael
Voltando ao  caso de Rafael, foi essa a  técnica que aplicamos com a intenção de  ajudá-lo a retomar ao seu corpo  físico, já que o autista mantém-se  dissecado de seu corpo por escassez  de ectoplasma, informação essa  passada a nós em reunião mediúnica por  equipe científica do plano  espiritual, que nos orientou desde o início  do tratamento a manter o  realinhamento de chacras em Rafael, mas com a  participação  principalmente de médiuns de efeito físico ou de  sustentação de nossa  equipe de desobsessão, com a finalidade de doar o  ectoplasma necessário  ao acoplamento total de Rafael ao seu corpo  físico, o qual, a cada uma  das sessões seguintes, mostrava-se centrado  mais no presente, passando  então a falar e procurar pelas pessoas do  atendimento fraterno.
Já  faz um ano que Rafael entrou para  uma escola especial. Já sabe ler, o  que aprendeu sozinho. Também  escreve com boa letra e já se compreende o  que fala. Seus desenhos  expressam com clareza o seu pensamento,  mostrando grande inteligência,  principalmente através de seus desenhos  arquitetônicos de fachadas de  edifícios.
Na impossibilidade de  ir à escola por  dificuldade de transporte, Rafael se aborrece e se agita   desesperadamente. Ele gosta de ir à escola porque é lá que tem   aprendido a desenvolver boa comunicação e relacionamento interpessoal.
Já  estamos com um segundo caso de  autismo, há um mês e meio e com seis  sessões de desobsessão e  realinhamento. Observamos excelente resultado  no garoto. Sua mãe,  senhora esclarecida e de nível superior, também já  nos falou da visível  melhora com esse tratamento, após ir a várias  capitais e instituições  do país, sem resultado evidente. O seu  depoimento é que o filho G…,  nunca, em lugar algum, teve um avanço  expressivo, como com essa  abordagem terapêutica, feita por um grupo de  sensitivos encarnados e  desencarnados. A sua maior alegria, nesses  últimos dias, foi o fato de  seu filho ter falado pela primeira vez  formando frases, o que não  acontecia antes, pois era monossilábico, o  que dificulta a sua  comunicação, levando-o a chorar com freqüência  quando queria ser  entendido e não conseguia.
Portanto, fica aqui  o nosso estímulo  para que continuemos exercitando a conexão com nossos  irmãos sábios e  bondosos que nos assistem e torcem pelo nosso sucesso.
Extraído da Revista Cristã de Espiritismo, nº 25, páginas 54-58