Autismo
"Cercado de preconceito", por Fábio Barbirato
O psiquiatra Fabio Barbirato erra na referência a Caetano (a frase é de "Força estranha", não de "Oração ao tempo"), mas faz um artigo interessante, embora sem grandes novidades, sobre autismo. Foi publicado no Globo de 14/3
Cercado de preconceito
Em sua belíssima "Oração ao Tempo", o cantor e compositor Caetano Veloso aponta que "o tempo não para e, no entanto, ele nunca envelhece". O mesmo, felizmente, se aplica à medicina: quanto mais ela avança e pesquisa, descobre novidades, e torna-se mais atual e útil para a sociedade.
Recentemente, durante o Congresso Americano de Psiquiatria Infantil, nos Estados Unidos, foram apresentados estudos que evidenciam que o diagnóstico de autismo feito antes dos três anos pode trazer um prognóstico de até 80% de melhora no quadro. Este número cai para 60% quando o diagnóstico é feito até os cinco anos. Depois disso, a possibilidade de melhora relevante chega a 40%, no máximo. Conclusão: o reconhecimento precoce é a chave para a solução do problema.
Diante disso, pais e professores ganharam um papel ainda mais relevante. Alguns indícios são atraso na fala após os dois anos, pouco interesse em se relacionar com os outros, recusa em participar das brincadeiras dos coleguinhas e inflexibilidade a mudanças. Nestes casos, deve ser feito um rastreamento para os transtornos globais de desenvolvimento.
Estar atento a estes sintomas evita que o autismo seja confundido com hiperatividade, déficit intelectual ou até mesmo com os de altas habilidades, antigamente chamados de superdotados.
A medicina já conseguiu fazer um bom mapeamento do autismo: sua causa é genética, derrubando por terra a culpa que tanto atormentou gerações de mães, acusadas de "frieza" com os filhos, o que causaria o autismo. Ainda assim, sua ocorrência é alta, cerca de dois casos a cada 500 nascimentos.
A palavra autismo significa isolamento social e, por uma infelicidade, acabou sendo utilizada de forma errônea para rotular uma série de transtornos que se apresentam como o autismo clássico, mas que não têm isolamento, e sim uma grande inadequação social.
A melhor maneira de ter um diagnóstico preciso ainda é uma boa avaliação clínica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda nenhum tipo de exame de imagem e muito menos a realização de eletroencefalograma. A avaliação clínica de um profissional bem preparado é suficiente.
Todos os trabalhos da OMS, das Academias Americana e Europeia de Psiquiatria da Infância e da Academia Internacional de Psiquiatria, recomendam: quando o reconhecimento é feito antes dos cinco anos, o tratamento é à base de fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Estas atualizações da medicina contemporânea são fundamentais pois esclarecem questões sobre o autismo, transtorno mental ainda cercado de preconceito, desinformação e obscurantismo.
FABIO BARBIRATO é psiquiatra infantil e responsável pelo Setor de Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
fonte: http://avidadomeufilho.blogspot.com.br/
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